Rui Falcão fala em intolerância e diz que PT não sairá do mapa em 2016

SÃO PAULO,SP,22.05.2015:PT-CONGRESSO-ESTADUAL-SP - Abertura da etapa estadual de São Paulo do 5º Congresso do Partido dos Trabalhadores na Quadra dos Bancários, em São Paulo, SP, nesta sexta-feira (22). O presidente nacional do PT, Rui Falcão e o presidente do Diretório Estadual do PT de São Paulo, Emídio de Souza participam do evento. O ex presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu por ser aniversário de seu casamento. (Foto: Alice Vergueiro/Futura Press/Folhapress) Rui Falcão

O presidente nacional do PT insistiu em dizer que o partido sofre campanha de intolerância e de ódio e avisou que a legenda não será varrida do mapa em 2016. Em nota, Rui Falcão reagiu às notícias dos últimos dias que mostraram o enfraquecimento dos principais nomes petistas.

Ele acrescentou que os legados de Lula e Dilma precisam ser exaltados e não acredita em uma derrota avassaladora nas urnas no ano que vem. O partido organiza no próximo fim de semana a reunião do Diretório Nacional, em Brasília.

O cientista político Rubens Figueiredo avaliou que a legenda não terá vida fácil em 2016. “Na verdade o PT que já teve algo em torno de 30%, 27% da preferência brasileira como partido, hoje tem pouco menos de 10%. Caiu um terço a confiabilidade e a preferência que as pessoas têm no PT. Outro ponto é que a bandeira anti-corrupção que era uma das mais vistosas no partido, hoje não existe mais. E a da competência foi por água abaixo”, disse.

Rubens Figueiredo acrescentou que mesmo a eleição de 2016 sendo local, voltada aos problemas da cidade, o efeito da crise nacional é inevitável.

Para o antopólogo da Unesp, Cláudio Bertolli Filho, o PT se mostra incapaz de resolver os problemas internos. “Ele desenvolve uma ideia de que ele não está fazendo nada errado, que há um ódio resultado da mídia golpista, e nesse sentido se auto-convence de que está fazendo a coisa certa e que não deve ser criticado (…) E mais do que isso, não só a decepção com essa crítica, mas também a própria incapacidade do PT em resolver os seus problemas internos”, explicou.

Bertolli lembrou ainda que dos 619 prefeitos petistas eleitos em 2012, 69 deixaram a legenda.

O presidente do PT argumentou que só perde antecipadamente quem se recusa a lutar, o que não faz parte da tradição petista. Segundo Ruy Falcão, o pleito de 2016 vai exigir mais capacidade de articulação, unidade e organização.

Ele lembrou que o novo modelo de campanha deverá ser de financiamento empresarial, e nada melhor do que usar o verbo e gastar muita sola de sapato.