Russomanno na disputa prejudica Marta, avalia cientista político

  • Por Jovem Pan
  • 10/08/2016 13h21
Montagem/Agência Senado e Agência Câmara Celso Russomanno e Marta Suplicy - Montagem

O deputado Celso Russomanno (PRB), que teve a candidatura confirmada após ser absolvido pelo STF do crime de peculato, e a senadora Marta Suplicy (PMDB) são os favoritos na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Essa é a avaliação do cientista político Rubens Figueiredo, pós-graduado pela USP e diretor do CEPAC, em entrevista exclusiva à Jovem Pan.

A entrada definitiva de Russomanno na disputa prejudica Marta Suplicy, uma vez que o perfil do eleitorado de ambos é muito parecido, avalia Figueiredo. “Quando os institutos de pesquisa faziam simulações sem o Russomanno, a Marta pulava para o primeiro lugar, era a favorita e ganhava no segundo turno de qualquer um”, lembrou.

Mesmo abalada, a peemedebista entra como favorita ao lado de Russomanno pela cadeira no Palácio do Anhangabaú. Isso porque os dois candidatos possuem base forte na periferia da capital paulista, onde o eleitorado é mais numeroso, explica.

Outros candidatos

Russomanno confirmado, no entano, não atrapalha muito o atual prefeito Fernando Haddad (PT) na busca pela reeleição, uma vez que o eleitor do petista seria do jovem de classe média, enquanto o defensor de Russomanno é a pessoa de classe baixa, da periferia e de mais idade.

Já o empresário tucano João Dória Jr. (PSDB) pode ter suas ambições levemente comprometidas, uma vez que Doria, que possui menos de dez por cento das intenções de votos, “contava com vácuo de Russomanno para poder crescer”, analisa Figueiredo. O peessedebista conta ao seu favor, por outro lado, o grande tempo que terá na grade televisiva para fazer propaganda e a novidade que sua imagem pretende representar.

Novas regras

As novas regras eleitorais, que passam a valer neste ano, tornam o cenário atual ainda mais relevante. O especialista avalia que os candidatos ao Executivo paulistano terão menos chance do que em anos anteriores de reverter as baixas intenções de voto. “A possibilidade de uma virada diminui”.

Isso se dá porque o período eleitoral em 2016 será menor, haverá um limite de gasto de no máximo 70% do declarado nas eleições anteriores, os cavaletes estão proibidos e o financiamento empresarial, priobido.

A nova legislação eleitoral pode prejudicar Haddad, que, em 2012, contou com eleições caras, o fato de ser oposição e o prestígio que ainda tinha seu partido, o PT, para assumir a ponta na disputa.

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