Saiba quem são os integrantes do primeiro escalão de Bolsonaro
Nome a nome – e quase sempre por meio de sua conta no Twitter –, o presidente eleito Jair Bolsonaro tem anunciado diariamente quem serão os integrantes do seu futuro governo, o chamado primeiro escalão. Confira abaixo quem são os principais auxiliares já confirmados.
Paulo Roberto Nunes Guedes, 69 anos (Ministério da Economia)
Primeiro nome anunciado por Bolsonaro, antes até do início oficial da corrida eleitoral, Paulo Guedes terá o status de superministro da Economia, pasta que funcionará como um enorme guarda-chuva de toda a área econômica – Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio Exterior.
Paulo Guedes é economista da chamada “escola de Chicago”, renomada universidade conhecida pela linha liberal. Foi um dos fundadores do Banco Pactual e atuou em fundos de investimento. Homem forte e principal guru do presidente eleito, é ele quem dá aval a todas as nomeações do ministério.
Onyx Lorenzoni, 64 anos (Casa Civil da Presidência da República)
Deputado federal no quarto mandato pelo DEM do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni foi um dos personagens mais atuantes na campanha de Bolsonaro. Médico veterinário, o gaúcho é integrante da chamada bancada da bala. Ferrenho opositor ao PT, ficou conhecido no Congresso por frequentar quase todas as CPIs relacionadas ao governo federal – ganhou projeção nacional na CPI dos Correios, que investigou o mensalão.
Augusto Heleno Ribeiro Pereira, 71 anos (Segurança Institucional)
General da reserva do Exército, ex-comandante militar da Amazônia, General Heleno é um dos principais conselheiros de Bolsonaro. Inicialmente, chegou a ser anunciado como ocupante da Defesa, mas a escolha do GSI visa a mantê-lo o mais próximo possível do gabinete presidencial para participar diretamente das ações de governo.
Sergio Moro, 46 anos (Justiça e Segurança Pública)
Juiz federal da 13ª Vara Criminal de Curitiba, Sergio Moro é especialista em crimes financeiros. Atuou no caso Banestado e como auxiliar do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da ação penal 470, que condenou a quadrilha que operou o mensalão.
Desde 2014, seu nome ganhou visibilidade no país pela condenação dos envolvidos na Operação Lava Jato, que desmontou o maior esquema de corrupção da história. E, em abril de 2017, condenou o ex-presidente Lula a mais de nove anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, 64 anos (Agricultura)
Primeira mulher a ser confirmada para um cargo no primeiro escalão de Bolsonaro, Tereza Cristina é deputada federal no segundo mandato, líder da bancada ruralista na Câmara. Engenheira agrônoma, é filiada ao DEM de Mato Grosso do Sul, onde já comandou secretarias estaduais. Foi uma das articuladoras da aprovação do projeto de lei nº 6.299/2002, que regulamenta o processo de registro de agrotóxicos.
Fernando de Azevedo e Silva (Defesa)
General de quatro-estrelas da reserva, ex-chefe do Estado-Maior do Exército, Azevedo e Silva é atualmente assessor do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Chefiou a Autoridade Olímpica no governo Dilma Rousseff.
Marcos Cesar Pontes, 55 anos (Ciência e Tecnologia)
Tenente-coronel da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB), Marcos Pontes foi o primeiro astronauta brasileiro a participar de uma missão no espaço em 2006. É filiado ao PSL, partido de Bolsonaro, e suplente do senador eleito Major Olímpio.
Joaquim Vieira Ferreira Levy, 57 anos (BNDES)
Economista da mesma “escola de Chicago”, de Paulo Guedes, Joaquim Levy é engenheiro naval e era diretor do Banco Mundial até o anúncio de que integrará o primeiro escalão de Bolsonaro. Foi secretário do Tesouro no governo Lula, secretário estadual de Fazenda de Sérgio Cabral no Rio de Janeiro e ministro da Fazenda de Dilma Rousseff.
Ernesto Araújo (Relações Exteriores)
Diplomata há quase três décadas, Ernesto Araújo é o atual chefe do departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty e deve se afastar para assumir o ministério em janeiro.
Roberto Castello Branco (Presidente da Petrobras)
Economista com pós-doutorado na Universidade de Chicago, Castello Branco é diretor do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da Fundação Getulio Vargas. Já ocupou cargos de direção no Banco Central e na mineradora Vale, fez parte do Conselho de Administração da Petrobras e desenvolveu projetos de pesquisa na área de petróleo e gás.
Wagner de Campos Rosário (Controladoria-Geral da União)
Wagner de Campos Rosário é formado na Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), como Jair Bolsonaro, e é capitão. Fez carreira como auditor e está no cargo da CGU desde 31 de maio de 2017. Ele assumiu a função depois que Torquato Jardim foi nomeado Ministro da Justiça pelo presidente Michel Temer e após a recusa de Osmar Serraglio.
Luiz Henrique Mandetta, 53 anos (Saúde)
Deputado federal pelo DEM do Mato Grosso do Sul, Luiz Henrique Mandetta tem 53 anos e é ortopedista com ênfase em pediatria. Tenente do Exército, ele trabalhou no Hospital Geral da Força Armada. Sem se candidatar à reeleição, em sua atuação na Câmara votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e de investigações contra Michel Temer.
André Luiz de Almeida Mendonça (Advocacia-Geral da União)
Pós-graduado em Direito pela Universidade de Brasília (UnB), o advogado André Luiz de Almeida Mendonça foi corregedor da Advogacia-Geral da União (AGU) a partir de 2016. Oito anos antes, foi nomeado diretor do Departamento de Patrimônio Público e Probidade Administrativa da Procuradoria-Geral da União.
Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência)
Presidente do PSL durante o período eleitora, Gustavo Bebianno é advogado e considerado um dos “braços-direitos” de Bolsonaro. No episódio da facada, foi uma das poucas pessoas autorizadas a visitar o então candidato.
Ricardo Vélez Rodríguez, 75 anos (Ministério da Educação)
O colombiano Ricardo Vélez Rodríguez é professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército e professor de Filosofia. Rodríguez é mestre em Pensamento Brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), doutor em Pensamento Luso-Brasileiro pela Universidade Gama Filho e pós-doutor pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aros, em Paris. Sua indicação para o ministério da Educação foi feita pelo filósofo Olavo de Carvalho.
Salim Mattar (Secretaria Geral de Desestatização e Desimobilização)
Salim Mattar é sócio e presidente do conselho de administração da locadora de carros Localiza e também membro do Instituto Millenium, fundado pelo futuro ministro da Economia para promover o liberalismo econômico.
Carlos Alberto dos Santos Cruz, 66 anos (Secretaria de Governo)
O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz foi comandante das forças da ONU no Haiti e no Congo. Em 2017, foi nomeado secretário nacional de Segurança Pública pelo presidente Michel Temer em 2017, cargo que exerceu até junho deste ano, quando deixou o posto para atuar como conselheiro da ONU.
Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura)
Formado pelo Instituto Militar de Engenharia, Tarcísio Gomes de Freitas é consultor legislativo da Câmara dos Deputados. Foi militar do Exército entre 1992 e 2008. Após sair da Força, foi analista da Controladoria-Geral da União (CGU) e diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Gustavo Rigodanzo Canuto (Desenvolvimento Regional)
Graduado em Engenharia de Computação e em Direito, Gustavo Henrique Rigodanzo Canuto atuou como servidor público federal efetivo do Ministério do Planejamento. A pasta comandada por ele agregará os ministérios da Cidades e da Integração Nacional.
Osmar Terra, 68 anos (Cidadania)
O médico gaúcho Osmar Terra é deputado federal pelo MDB e foi ministro do Desenvolvimento Regional da gestão Michel Temer — cargo que deixou em abril para disputar a reeleição à Câmara. A nova pasta da Cidadania fará a gerência do programa Bolsa Família e também terá sob sua responsabilidade a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e os atuais ministérios do Esporte, da Cultura e do Desenvolvimento Social.
Marcelo Álvaro Antônio, 44 anos (Turismo)
Colega de partido de Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio é deputado federal eleito pelo PSL em Minas Gerais com votação recorde no estado de mais de 230 mil votos. Ele foi indicado pela chamada bancada evangélica.
Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior (Minas e Energia)
Almirante de Esquadra, Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior é diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha e faz parte do conselho de administração da Nuclebrás, autarquia responsável por desenvolver o programa nuclear brasileiro. Já atuou como observador das forças de paz da ONU em Saraievo; assessor parlamentar do ministro da Marinha no Congresso e comandante dos submarinos Tamoio e Toneleiro.
Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos)
Pastora evangélica e advogada, Damares Alves é assessora do gabinete do senador e candidato derrotado à reeleição Magno Malta (PR-ES), que é próximo do presidente eleito Jair Bolsonaro e era apontado como um possível nome para a pasta. O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos será responsável pela Fundação Nacional do Índio (Funai), transferida da pasta de Justiça para não sobrecarregar Sérgio Moro.
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