Reforma da Previdência: ‘Se economia for menor que R$1 trilhão, fica difícil’, diz Guedes

  • Por Jovem Pan
  • 27/03/2019 16h30 - Atualizado em 27/03/2019 16h36
Jefferson Rudy/Agência Senado Ministro defendeu a unidade do Legislativo para que a proposta seja aprovada

Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), o ministro Paulo Guedes voltou a defender a proposta de reforma da Previdência que prevê a economia de R$1 trilhão aos cofres públicos. “Se baixar disso, fica difícil”, afirmou o chefe da Fazenda na tarde desta quarta (27).

Guedes comparou o valor da economia calculada pelo Planalto ao “lançamento de um foguete”. Segundo ele, “se tivermos R$1 trilhão, será como a potência de um foguete para chegar ao espaço. Teremos potência fiscal suficiente para garantir aos jovens um novo regime lá na frente, com o atual equilibrado. Pode-se até recorrer à capitalização, tudo é possível. Agora se a economia for menor que R$1 trilhão, fica difícil”.

O ministro ainda defendeu a unidade do Legislativo para que a proposta seja aprovada. “Temos que atacar isso frontalmente, todos nós. Fique a oposição aí atacando a reforma da Previdência e depois tente se reeleger ali na frente. Não consegue”, disse.

Perguntado pela senadora Eliziane Gama (PPS-MA) sobre sua permanência no governo com uma possível derrota da reforma, o chefe da Fazenda ainda disse que não ficaria no cargo. “Tenho uma vida lá fora. Vocês acham que eu vou ficar brigando pra ficar aqui? Não vou.”

Guedes havia sido criticado depois de cancelar a visita que faria à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na manhã desta terça (26). O temor do ministro era ficar exposto ao ser sabatinado apenas por oposicionistas do Planalto. Governo e oposição, no entanto, negociaram para que ele volte ao colegiado na próxima quarta (3).

A ausência do ministro intensificou o conflito entre a Câmara e o Planalto e que tem a reforma da Previdência como centro das discussões. Na última semana, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a falta de articulação de Jair Bolsonaro na pauta, dizendo que ele precisava “deixar o Twitter de lado”. A fala do deputado gerou farpas entre a base e a oposição.

Na manhã de hoje, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, amenizou o clima durante um debate na CCJ do Senado. “Palavras ásperas foram trocadas nos últimos dias, mas isso é contornável”, disse. “O que precisamos é pensar no melhor para o país e nós não temos nenhuma intenção de prolongar esse desentendimento”.

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