“Se estão impedindo a saída, PF pode ter que usar a força”, diz jurista
Na tarde deste sábado (7), o ex-presidente Lula chegou a tentar sair do Sindicato dos Metalúrgicos, localizado na cidade de São Bernardo do Campo (SP), mas foi impedido por simpatizantes e acabou retornando ao prédio. Em entrevista para a rádio Jovem Pan, o jurista Ives Gandra afirmou que a atitude por parte dos manifestantes passa uma imagem de que quem manda no País não é a Constituição.
“Em rigor, uma ordem judicial deve ser cumprida nos termos em que foi determinada. Como foi dada a possibilidade ao ex-presidente Lula de se entregar e ele não se entregou, houve uma desobediência a uma ordem judicial. Ou seja: a Polícia Federal poderia se utilizar da condução coercitiva. Se impedem a saída, se ele não quer se entregar pode-se até utilizar a força. Evidentemente que não armar, mas, por exemplo, bombas de gás lacrimogênio, para dispersar as pessoas e que se cumpra o estado democrático de direito”, afirmou Ives.
Gandra ainda lamentou a situação, relembrando que Lula, quando era presidente do Brasil, sempre fez questão de respeitar a Constituição e agora se nega a cumprir a lei e seguir uma decisão do poder judiciário.
“Não foi um juiz, foram juízes, desembargadores, ministros do STJ, ministros do STF. Todos entenderam que ele teria que ser preso. Os sindicalistas estão dizendo: quem manda no Brasil não é a constituição, somos nós. Não queremos entregar e não vamos entregar. Vamos desobedecer a lei. Então, está havendo um desafio a ordem jurídica brasileira por um grupo de pessoas e nós não estamos vendo, por parte das autoridades, uma atuação mais firme, sem violência, mas se utilizando daquilo que se usa em qualquer país civilizado para levar o ex-presidente à prisão”, finalizou Ives.
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