Secretário de Alckmin vê desvantagens em programa de alimentação da prefeitura

  • Por Jovem Pan
  • 13/10/2017 18h25
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José Luís da Conceição Refeições no Bom Prato custam apenas R$ 1,00 Programa Bom Prato, do governo do estado de São Paulo, serve 86 mil refeições/dia

Na última quinta-feira (13), a prefeitura de São Paulo anunciou que vai distribuir um alimento granulado para as famílias em situação de carência alimentar. O produto será doado por uma empresa, que vai fabricar o composto a partir de alimentos fora do padrão de venda em supermercados e próximos da data de vencimento. Mas a iniciativa dos chamados alimentos liofilizados gerou repercussão negativa entre nutricionistas que chamam o produto de “ração humana”.

Em entrevista à Jovem Pan, o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, responsável pelo programa Bom Prato, afirma que a iniciativa para reaproveitamento de alimentos é positiva, porém na comparação com o programa estadual ainda precisa de alguns reparos, pois retira o prazer e a sociabilidade ao se alimentar.

“O Bom Prato tem essa vantagem, pois cria o espaço de convivência e sociabilidade. O alimento processado tem suas vantagens do ponto de vista do reaproveitamento por conta do desperdício, mas a desvantagem é o fato de a pessoa não sentar, não mastigar e não ter o alimento sólido”, comparou Pesaro.

“A alimentação é mais do que aquilo que se ingere. Envolve todo o entorno, é o momento de se conversar, sentar à mesa e ter um espaço de alimentação”, completou.

De acordo com o secretário, o Bom Prato é o maior programa de segurança alimentar do Brasil, e serve 86 mil refeições por dia. “São todas bem balanceadas e servidas dentro de um restaurante, o que aumenta a sociabilidade nos espaços e forma-se uma rede solidariedade. A saúde entra pela boca e quanto melhor for o alimento, balanceado com proteínas e carboidratos, melhor será a saúde dessas pessoas”, explicou Pesaro.

O secretario de Alckmin ressaltou que a iniciativa tem recebido a consulta de outros estados e até do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. “O governo coloca 2/3 dos recursos, a população paga R$ 1,00 e o município entra com mais R$ 1,00. Dessa forma nós podemos servir uma refeição que custa R$ 5,19, com altíssima qualidade e valor nutricional adequado”, revelou o secretário.

“A metodologia do Bom Prato traz grande benefício. O custo é muito baixo e tem alta eficiência naquilo que se propõe, como o atendimento à população em situação de rua e idosos”, finalizou.

*Com informações da repórter Carolina Ercolin

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