Secretário do Espírito Santo será diretor na PF e combaterá crime organizado
O novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, oficializou hoje (13) o convite para o atual secretário de Controle e Transparência do governo do Espírito Santo, Eugênio Ricas, assumir a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Orga…
O novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, oficializou hoje (13) o convite para o atual secretário de Controle e Transparência do governo do Espírito Santo, Eugênio Ricas, assumir a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor) da PF, divisão responsável por comandar as operações criminais da corporação, incluindo a Lava Jato.
Nomeado pelo presidente Michel Temer na semana passada, Segóvia só deve tomar posse nos próximos dias, mas, desde a semana passada, ele vem participando de reuniões para compor sua futura equipe.
Já Ricas substituirá Maurício Leite Valeixo na Dicor. Além de investigações criminais contra a ordem econômica e o sistema financeiro nacional, ele responderá também pela apuração de crimes contra o meio ambiente, patrimônio histórico, direitos humanos, comunidades indígenas e contra a ordem política e social. Também estarão sob sua responsabilidade a coordenação das ações de combate ao tráfico de drogas e armas; o contrabando e a lavagem de ativos.
“Será a mais desafiadora missão da minha vida”, disse Ricas durante entrevista à imprensa, hoje (13), em Vitória. “Amo o trabalho que está sendo desenvolvido na Secretaria de Controle e Transparência, já que acredito que a prevenção é a solução para muitos problemas, inclusive para evitar a corrupção, mas acho que chegou o momento de trabalhar em outra área. Todos sabemos o momento que o país vive, um momento no qual a PF tem atuado muito. Será um desafio fazer com que ela continue atuando, de forma responsável, e ampliar as ações de combate não só à corrupção, mas também ao tráfico de drogas e armas”, disse Ricas.
Segóvia e Ricas trabalharam juntos entre 2009 e 2011, quando o primeiro era superintendente da PF no Maranhão e Ricas seu auxiliar direto. Mineiro, formado em Direito e pós-graduado em Ciências Criminais e em Inteligência de Segurança Pública, Ricas é delegado federal de carreira, já tendo atuado também em Mato Grosso, Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Ligado ao PMDB, chefiou a Secretaria de Justiça do Espírito Santo antes de assumir a Secretaria de Controle e Transparência.
Durante a entrevista, o diretor-geral da PF comentou que a escolha de Ricas foi bem recebida entre os servidores da corporação. “É um novo momento da administração e sei da grandiosidade do trabalho a ser feito. E o doutor Eugênio tem todas as condições necessárias para assumir este cargo e conduzir todas as investigações de grande prioridade para o país, como a Lava Jato e outras de combate à corrupção”.
Perfil mais operacional
Para o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, a escolha de Ricas indica que Segóvia vai compor uma diretoria de “perfil mais operacional e voltada para a aplicação de políticas públicas” no âmbito da PF.
“O diretor-geral tem optado por pessoas que já ocuparam cargos públicos fora da PF, em diferentes governos, caso, por exemplo, do delegado federal e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal [2011/2014], Sandro Avelar, cotado para a secretaria-executiva da corporação, segundo cargo mais importante da corporação”, afirmou Boudens à Agência Brasil.
Para o presidente da Fenapef, que já trabalhou próximo a Ricas em Minas Gerais, o secretário vinha fazendo um bom trabalho à frente da secretaria capixaba de Controle e Transparência – fato que, além da experiência anterior como homem de confiança de Segóvia, considera ter contado para que fosse lembrado para compor o chamado núcleo da PF.
“Além disso, o Ricas é um nome integrado [aceito] a todas as carreiras da corporação. E o diretor-geral parece primar por pessoas que têm mais acesso às diversas categorias e setores, pessoas que já tiveram experiência em gestão pública, que já atuaram em órgãos de estado ligados à segurança pública”, finalizou Boudens.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.