Seis meses, seis ministros: veja as mudanças na equipe de Temer até agora
O ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima, entregou nesta sexta (25) a sua carta de demissão do cargo ao presidente Michel Temer. Sua saída é motivada pela acusação do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, que disse ter sido pressionado a liberar a construção de um prédio de luxo em Salvador, onde Geddel comprou um apartamento.
Com isto, o Governo Temer apresenta uma média preocupante: são seis ministros que deixaram seus cargos em seis meses de presidência (contando a interinidade) após o impeachment de Dilma. Além de Geddel, deixaram seus cargos Romero Jucá (Planejamento) Fabiano Silveira (Transparência), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Fábio Medina Osório (Advocacia-Geral da União) e Marcelo Calero (Cultura). Relembre:
Romero Jucá – Planejamento
O primeiro ministro de Temer a cair foi Romero Jucá, apenas dez dias após ser chamado para assumir a pasta do Planejamento. Sua saída aconteceu no mesmo dia do vazamento de uma gravação entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Na conversa, Jucá sugere um pacto para barrar as investigações da Lava-Jato. Para seu lugar, quem assumiu foi o secretário-executivo da pasta, Dyogo Oliveira.
Fabiano Silveira – Transparência, Fiscalização e Controle
No mesmo mês que Jucá deixou o cargo, Fabiano Silveira enviou uma carta de demissão ao presidente Michel Temer. Ele também teve áudios de conversas com Sérgio Machado divulgados. Nas gravações, Silveira critica a Operação Lava Jato e dá orientações de como Machado e Renan Calheiros, ambos investigados, deveriam agir. Torquato Jardim foi nomeado para seu lugar.
Henrique Eduardo Alves – Turismo
Um mês após as duas primeiras demissões, foi a vez de Henrique Alves deixar o cargo. O então ministro do Turismo pediu demissão por telefone após ser citado no acordo de delação premiada de Sérgio Machado como beneficiário de propina. Em depoimento à Procuradoria Geral da República, Machado afirma ter repassado R$ 1,55 milhão para Alves entre 2008 e 2014. Para seu lugar, foi chamado Marx Beltrão.
Fábio Medina Osório – Advocacia-Geral da União
Diferente de Jucá, Silveira e Alves, Fábio Medina foi demitido por Michel Temer. Sua saída tem a ver com atritos com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e alguns embaraços para o Governo, como as críticas feitas ao seu antecessor José Eduardo Cardozo. Um dia após deixar o cargo, Medina afirmou ter recebido orientações vindas de Padilha para que a AGU não se envolvesse nas investigações da Lava-Jato. Grace Maria Fernandes foi nomeada para o cargo em seguida.
Marcelo Calero – Cultura
Marcelo Calero pediu demissão do cargo de ministro da Cultura ao declarar que Geddel Vieira Lima teria tentado interferir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que fosse aprovada a construção de um prédio em Salvador, onde o ministro da Secretaria do Governo comprou um apartamento. No mesmo dia, o deputado Roberto Freire foi anunciado como o titular da pasta.
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