Sem meta para alcance da internet, governo reconhece discrepâncias regionais
Cerca de um terço dos lares brasileiros ainda estavam desconectados em 2016, apontou um levantamento divulgado nesta quarta-feira, 21, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O montante equivale a 21,2 milhões de residências desconectadas, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016: acesso à Internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal (Pnad Contínua – TIC 2016).
Os principais motivos listados para não usar a Internet na residência foram falta de interesse (34,8%), custo alto do serviço (29,6%) e desconhecimento dos moradores sobre como navegar na rede (20,7%). Segundo os pesquisadores do instituto, tanto o desconhecimento sobre o uso da internet quando a falta de interesse têm influência do baixo nível de escolaridade e idade avançada da população.
“Havia uma meta oficial para 2014 de 35 milhões domicílios com acesso à internet no Brasil, chegamos 36,9 milhões. Agora não há nenhuma meta oficial a ser batida ou superada. Os números são bons. Claro que não estamos plenamente satisfeitos, temos preocupação de expandir isso aos números que a gente verifica em países desenvolvidos. Mas se a gente olha o grupo de países em desenvolvimento no mundo, ou o grupo de países de renda e população em posição próxima à do Brasil, a posição do País é boa”, avaliou Coimbra.
Em 2016, 48,1 milhões de lares tinham acesso à internet. Segundo Coimbra, os dados são comparáveis ao de países do centro-leste europeu, como Romênia, Rússia, Polônia e Montenegro. “O Brasil está muito alinhado a esse grupo de países, se descolando do restante do grupo de países em desenvolvimento”, disse ele.
Ainda assim, a proporção de desconectados no País ainda ultrapassava um terço da população naquele ano. Cerca de 65,3 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade não utilizaram a internet em 2016 (35,3% do total), ou por que não sabiam usar (37,8%), ou por falta de interesse (37,6%), ou por considerar o serviço caro (14,3%).
“Quando a gente foca especificamente a juventude, como a juventude está em relação ao uso da internet, a gente vê que, no Brasil, o IBGE identificou que 85% dos jovens de 18 a 24 anos fazem uso da internet. Esse número é extremamente comparável ao número que a gente verifica nos 20 países mais desenvolvidos do mundo”, relativizou o diretor do MCTIC.
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