Senado aprova MP do Agro e crédito rural pode aumentar em até R$ 5 bi

Entre as mudanças previstas estão a criação de um fundo de garantia para empréstimos e linhas de subvenção para construção de armazéns de cereais

  • Por Jovem Pan
  • 04/03/2020 16h40 - Atualizado em 04/03/2020 16h41
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Pixabay Moedas empilhadas Uma das alterações feitas na Câmara retoma a possibilidade de a Cédula de Produto Rural (CPR) ser incluída nos processos de recuperação judicial

O Senado aprovou nesta quarta-feira (4) a medida provisória que muda as regras do crédito rural, batizada de MP do Agro. Entre as mudanças previstas estão a criação de um fundo de garantia para empréstimos, linhas de subvenção para construção de armazéns de cereais e aperfeiçoamento de regras de títulos rurais.

O governo espera que a medida injete R$ 5 bilhões a mais ao crédito do setor. O texto foi concluído pela Câmara dos Deputados no último dia 18 de fevereiro e seguirá para sanção presidencial.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, acompanhou a votação no plenário. Deputados da bancada ruralista também foram ao Senado e comemoraram a aprovação da MP. O presidente Jair Bolsonaro poderá vetar dispositivos alterados pelo Congresso no conteúdo da medida.

Uma das alterações feitas na Câmara retoma a possibilidade de a Cédula de Produto Rural (CPR) ser incluída nos processos de recuperação judicial. Com isso, produtores rurais poderão submeter esses títulos, assinados como garantia para fornecedores de crédito que financiam o setor, ao processo de recuperação na Justiça.

Outra modificação retirou dos conselhos deliberativos das superintendências de desenvolvimento regional a atribuição de análise das operações de empréstimos feitas pelos bancos com recursos dos fundos constitucionais. Ainda na Câmara, deputados excluíram do texto a determinação de repasse de, pelo menos, 20% dos recursos dos fundos constitucionais do Nordeste, Norte e Centro-Oeste (FNE, FNO e FCO) a bancos privados habilitados para a concessão de créditos segundo as diretrizes desses fundos.

Pressa

Mesmo com a aprovação, mais uma vez os senadores reclamaram do prazo curto para analisar uma medida provisória. Se não fosse concluída até a próxima terça-feira (10) ela perderia a validade Alguns parlamentares admitiram em plenário que estavam votando a MP sem ler o texto encaminhado pela Câmara.

“Esse é o problema das medidas provisórias. Estamos acreditando aqui no que está sendo externado pelo deputado Lupion (relator da MP na Câmara, que estava no plenário do Senado)”, comentou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), com prazos mais rígidos para análise de medidas provisórias na Câmara e no Senado chegou a ser aprovada no ano passado. A PEC, porém, ainda não foi promulgada por divergências técnicas entre as duas Casas.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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