Senador petista pede à PGR o afastamento de Temer da Presidência
Nos bastidores, os defensores de Dilma Rousseff no Senado já dão a causa por perdida. Mas, na tribuna, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) se mantém fiel ao papel que assumiu desde o início do processo de impeachment. Na manhã desta quinta (25) ele anunciou uma nova manobra jurídica para tentar impedir que Michel Temer assuma definitivamente a presidência.
Lindbergh disse que protocolou uma manifestação junto ao Ministério Público Federal dizendo que pesam “acusações graves” contra Temer, e que sua efetivação no Palácio do Planalto equivaleria a bloquear qualquer investigação, uma vez que o presidente da República não pode ser investigado por atos estranhos ao seu mandato.
O petista lembrou duas menções a Temer na Lava Jato: Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, afirmou em delação que Temer lhe teria pedido pessoalmente R$ 1,5 milhão em propina para a campanha de Gabriel Chalita em São Paulo; e Marcelo Odebrecht teria dado R$ 10 milhões ao PMDB, segundo a revista Veja, em colaboração ainda não acordada com o Ministério Público.
O senador confirmou o pedido em entrevista ao repórter Jovem Pan em Brasília, José Maria Trindade. “Nós entramos com uma representação ao procurador-geral da República (Rodrigo Janot) pedindo o afastamento de Michel Temer da Presidência”, disse ele.
Lindbergh pediu também a suspensão do processo de impeachment até que o STF e a procuradoria-geral se posicionem em relação à representação na PGR. Porém, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, que preside o julgamento de Dilma no Senado, rejeitou o pedido.
Segundo Lindbergh, a petição usa o mesmo argumento jurídico acolhido pelo Supremo Tribunal Federal para afastar o deputado Eduardo Cunha da presidência da Câmara. Ou seja: o petista acusa Temer de usar seu cargo para blindar a si mesmo e ao PMDB de uma investigação.
PITACO DA JOVEM PAN: Atenção, senador Lindbergh: NÃO VAI COLAR! Imunidade contra investigação de atos alheios ao mandato é uma prerrogativa da presidência. Isso não equivale a “usar o cargo” ou criar artimanhas para se blindar.
Assista à integra da entrevista:
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