Senadora defende saída do PP do Governo e diz: “partido não pode aceitar migalhas”

  • Por Jovem Pan
  • 05/04/2016 16h06
Divulgação/Site Oficial "Ela foi muito corajosa", disse sobre a candidata da Rede

Um dos partidos cobiçados pelo Governo para continuar na composição da base aliada, o Partido Progressista possui divergências internas e deve se reunir nesta quarta-feira (06) para definir o rumo que será tomado no Governo Dilma.

Em entrevista à Jovem Pan, a senadora Ana Amélia (PP-RS) defendeu a saída do partido da base aliada do Governo, mas ressaltou: “para nós não é saída, porque não entramos”.

“Não há compatibilidade de convivência”, destacou a senadora. Apesar das tentativas do Governo de atrair partidos para a base aliada – com negociações com PP, PSD e PR -, até mesmo com “porta aberta” para cargos, Ana Amélia não se mostrou otimista. “Eu só espero que esses cargos não sejam um presente de grego. Que receba um ministério, mas toda a estrutura do ministério seja dada ao Partido dos Trabalhadores, como tem sido feito normalmente (…) Seria muito melhor para o partido pensar no presente e no futuro e não aceitar as migalhas que eventualmente serão oferecidas”, disse.

A senadora afirmou ainda que é favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e que a intenção do PP do Rio Grande do Sul é reafirmar ao presidente nacional da sigla, Ciro Nogueira, a decisão pelo desembarque do Governo.

Em reunião nesta terça-feira (12), Ana Amélia, que sempre manteve uma posição muito crítica ao próprio partido, ressaltou que o PP-RS, maior em números de representações, “historicamente, desde 2010, se posiciona contra o Governo, porque o PT é o grande adversário no RS”.

Para ela, isso se projeta no plano federal e a coerência se mantém, ainda mais com a “mais profunda crise da história política com incapacidade do Governo de resolver os graves problemas econômicos e sem capacidade política”.

Nesta quarta-feira (06), o presidente nacional do partido, Ciro Nogueira, reunirá deputados federais e senadores em Brasília para a tomada de decisões a respeito da relação com o Governo. “Mas a posição do Rio Grande do Sul já é conhecida. Então, para nós, será apenas reafirmar uma questão de coerência contrária à participação no Governo”, completou.

Novas eleições

O senador Valdir Raupp, da executiva nacional do PMDB, propôs nesta segunda-feira (04) a aprovação de uma mudança na Constituição para que sejam realizadas eleições gerais para todos os cargos em outubro deste ano.

A proposta, que tem pouca chance de avançar, foi criticada pela presidente Dilma nesta terça. “São propostas. Não rechaço, nem aceito, mas convença a Câmara e o Senado primeiro a abrir mão dos seus mandatos e aí vem conversar comigo”, disse a presidente, em entrevista na Base Aérea de Brasília, onde visitou visita a aeronave KC-390 da Embraer.

A senadora Ana Amélia destacou o processo da comissão especial do impeachment e disse que é preciso encerrar esse processo. Ela relembrou ainda que, para fazer uma eleição geral, a presidente Dilma precisaria renunciar. “É difícil essa alternativa, mesmo que ela pudesse ser do ponto de vista político ou teórico, muito boa para o País, que seria abrir a tampa da panela de pressão dessa crise que estamos vivendo e não temos nenhuma perspectiva de solução no curto e médio prazo. Com Dilma ou sem Dilma a situação no País fica complicada”, esclareceu.

*Informações do repórter Thiago Uberreich

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