Senadores tucanos vão a atos pró-impeachment e Aloysio Nunes defende apoio a eventual governo Temer

  • Por Jovem Pan
  • 13/12/2015 15h28
Tiago Muniz / Jovem Pan Aloysio Nunes Ferreira

Após o PSDB apoiar formalmente o impeachment de Dilma na última semana, ao menos três senadores tucanos participam neste domingo (13) de protestos pelo impedimento convocados por grupos apartidários. Além dos dois entrevistados pela Jovem Pan (veja abaixo), José Serra esteve em São Paulo. Aécio Neves não participou da manifestação em Minas Gerais.

“Se nós apoiamos o impeachment, nós temos obrigação de apoiar o próximo governo”, defende Aloysio Nunes ferreira (PSDB-SP), com as bochechas pintadas de azul, ainda em cima do carro de som do Movimento Vem Pra Rua, logo após discursar aos manifestantes.

O senador paulista comentou um possível apoio a Michel Temer caso ele assuma a presidência da República. “É preciso saber como ele vai compor o governo e qual é o programa que ele vai propor”, disse Nunes, defendendo chegar em 2018 “pelo menos com a crise estancada e o início da recuperação”. “Eu não acredito que Michel Temer vai reproduzir esse modelo fisiológico de ocupação dos espaços que tem caracterizado os governos do PT”, sugeriu.

O tucano diz que já conversou pessoalmente com Temer, “mas não sobre a composição do governo”, manifestando a ele o apoio ao impeachment. Nunes prefere não falar sobre eventuais ministérios do PSDB em um eventual governo Temer, mas afirma que pode apoiar o peemedebista “sem necessiaramente participarmos juntos”.

“Eu penso que a crise se aprofunda cada vez mais enquanto Dilma se agarra ao poder. É preciso dar uma solução política para isso e a solução mais visível é o impeachment”, declarou Nunes em entrevista exclusiva ao repórter Jovem Pan Tiago Muniz.

“AI-13”

Já o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-Paraíba) foi ao protesto pró-impeachment em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Ele criticou frase do presidente do PT, Rui Falcão, no twitter em que ele citou que há exatos 47 anos “a ditadura baixou o Ato Institucional nº 5 e acabou com as liberdades democráticas no País” sem fazer referência direta aos atos deste domingo.

Para Lima, foi uma “comparação extremamente infeliz” de Falcão. “Hoje nós temos a luta contra o AI-13, que é a derrubada do PT com todas as mazelas que o partido e seus governos representaram para o País, por toda a corrupção estarrecedora a que estamos assistindo”, ilustra em seguida o senador.

Para ele um “partido como o PT conquistou a confiança de milhões de brasileiros com discurso de ética, moralidade e seriedade. E o que se vê são todos esses escândalos”.

Cunha Lima diz que luta contra “corrupção desenfreada, caos econômico (para o qual) o PT empurrou o Brasil”. O senador paraibano disse ainda que o crime de responsabilidade foi praticado “de forma irrefutável” pela presidente Dilma.

Ele vê uma “manifestação com muita qualidade política”, “pauta definida e muita clareza”.

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