Sérgio Moro defende aumento do efetivo da Lava Jato para não haver “vacilações”

  • Por Jovem Pan
  • 15/08/2017 09h52 - Atualizado em 15/08/2017 11h57
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Jovem Pan O juiz abriu o Fórum Mitos & Fatos das Rádio Jovem Pan

O juiz Sérgio Moro falou sobre o corte de verbas da Operação Lava Jato promovido pelo governo de Michel Temer, no Fórum Jovem Pan Mitos & Fatos, realizado na manhã desta terça-feira (15). Segundo ele, é necessário aumentar o efetivo para que não haja “vacilações” e ajudar no caminho até o fim da operação.

“É um dado interessante do enfrentamento da corrupção. Não é tão cara para ter uma grande equipe. Do outro lado, esse enfrentamento da corrupção tem sido efetivo aos ganhos. Um bilhão de reais sendo recuperados”, informou.

Moro explica que é importante evitar retrocessos no combate à corrupção e por isso é importante aumentar o efetivo da equipe que vem desmantelando esquemas de políticos e empresários no país.

“Um quadro como esse é necessário ter um enfrentamento sem vacilações. Respeito o Leandro Daiello, que faz um grande trabalho como diretor. Os policias também fazem um grande trabalho. Eu defendo um aumento de efetivo, não no sentido de enfraquecer a operação, mas que é necessário investir para chegar ao seu final”, completou.

O juiz acredita que a Lava Jato já fez um grande trabalho no combate à corrupção, principalmente no que diz respeito ao desfalque da Petrobrás. Moro aponta que o discurso precisa ser vigoroso, sem brechas.

“No que se refere aos crimes do âmbito da Petrobras com pessoas sem foro privilegiado, grande parte do trabalho já foi feito. Temos que abandonar aquela ideia de São Sebastião chegando para resolver os problemas. – uma pessoa ou um evento resolver todos os problemas. Precisa ter um discurso vigoroso, sem vacilações”, enfatizou.

“Mudança seria desastrosa”, diz Moro sobre prisão em 2ª instância

O juiz federal falou grosso contra uma possível mudança de entendimento na jurisprudência do Habeas Corpus 126.292, cujo recurso teve relatoria do ministro Teori Zavascki. Moro disse que uma mudança no caso seria “desastrosa” para a “efetividade da Justiça Criminal” brasileira.Ao julgar o Habeas Corpus 126.292 em fevereiro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) passou a permitir que as penas pudessem ser cumpridas após decisão em segunda instância, ou seja, antes de trânsito em julgado – o que agilizou todo o processo de condenações da Lava Jato.

“Vejo com grandes preocupações algumas movimentações no sentido de alterar esses recentes precedentes. Tenho grande esperança de que a atual composição do STF – e vejam, são decisões recentes, de 2016, e que representam o grande legado do ministro Teori – não reverta esses precedentes, porque seria algo desastroso para a efetividade da Justiça Criminal. Nós retornaríamos (no tempo)”, afirmou Moro, antes de ser bastante aplaudido pelos presentes.

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