Serra cuidará também da política externa em eventual governo Temer

  • Por Estadão Conteúdo
  • 29/04/2016 09h20
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Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza reunião deliberativa com 40 itens. Na pauta, PLS 51/2015, que libera o abastecimento de água por fontes alternativas; e PEC 62/2015, que veda a vinculação remuneratória automática entre subsídios de agentes públicos. (2ª Parte): Deliberação das emendas da comissão ao PLN 7/2015 - Orçamento 2016. Em pronunciamento, senador José Serra (PSDB-SP). Foto: Pedro França/Agência Senado Pedro França/Agência Senado José Serra - Ag. Senado

Caso assuma a Presidência da República, o vice-presidente Michel Temer quer dar uma guinada na política externa brasileira. Para isso, planeja escalar o senador José Serra (PSDB-SP) para comandar um Ministério das Relações Exteriores com forte viés nos negócios. O tucano será uma ponte entre o Planalto e o empresariado.

O desenho sobre a mesa de Temer prevê o desmonte do que hoje é o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A parte comercial irá para o Itamaraty e outra fatia importante, o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para o Ministério do Planejamento, que deverá ser comandado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR).

A avaliação na equipe de Temer é de que a política comercial brasileira esteve equivocada durante a gestão petista, ao priorizar as relações Sul-Sul (com países emergentes) e dar muito peso ao Mercosul. Isso teria impedido o País de avançar em acordos com os centros mais dinâmicos da economia mundial.

Serra deverá priorizar a busca de acordos com os principais mercados consumidores do mundo, como Estados Unidos, Europa e países asiáticos como Japão e Coreia do Sul. Com isso, o governo Temer pretende incrementar a exportação de produtos de maior valor agregado para trazer impactos positivos sobre a atividade industrial.

Livre comércio

O senador é um antigo crítico da forma como o Mercosul está implantado. Hoje, existe um compromisso pelo qual o bloco não pode negociar acordos comerciais que envolvam concessões em tarifas de comércio sem a concordância de todos os sócios (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). O que Serra defendeu, quando foi candidato à Presidência, em 2010, era fazer do Mercosul uma zona de livre comércio, um estágio anterior à união aduaneira existente hoje. Nela, os países membros têm um comércio privilegiado entre si, com a eliminação de tarifas aduaneiras. Não há, porém, uma tarifa externa comum. Isso abriria o caminho para o Brasil negociar individualmente e não em bloco. 

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