Sessão na Câmara é marcada por tumulto entre Bolsonaro e militantes feministas

  • Por Estadão Conteúdo
  • 14/09/2016 13h45
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Brasília - Entrevista com o deputado Bolsonaro, durante a votação do Impeachment da presidente Dilma Rousseff (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato/Agência Brasil Jair Bolsonaro - ABR

Uma comissão geral sobre direitos da mulher realizada, na manhã desta quarta-feira, 14, no plenário da Câmara dos Deputados, foi marcada por tumulto e embate entre o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e militantes da causa feminina. O tumulto começou quando militantes defenderam na audiência pública que a Justiça condene quem faz apologia ao estupro e que a Câmara “casse os estupradores que nela estiverem”.

Um dos discursos mais contundentes foi da vice-presidente da OAB-DF, Daniela Teixeira, que pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue e condene Bolsonaro. O parlamentar é réu no STF por injúria e apologia ao estupro ao dizer que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não merecia.

A sessão que discute a cultura do estupro e os direitos de mulheres e crianças vem sendo presidida por Maria do Rosário. A petista foi confrontada logo no início dos trabalhos por Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), que questionou o tempo de discurso que seria concedido aos parlamentares. Calmamente, a petista respondeu que depois dos discursos dos convidados, os parlamentares falariam.

Entre um discurso e outro, apoiadores de Bolsonaro gritavam seu nome e defendiam o projeto do deputado que prevê a castração química de estupradores. “Defensora do estuprador Champinha”, gritava Bolsonaro no plenário para Maria do Rosário. 

Entre o grupo que apoiava Bolsonaro no plenário estava Carla Zambelli, do movimento Nas Ruas, uma das defensoras do impeachment que se acorrentou por dias no Salão Verde da Câmara.

O auge do tumulto foi quando a representante da OAB lembrou que Bolsonaro era réu no STF. Nervoso, Bolsonaro subiu na mesa dos trabalhos e com dedo em riste exigiu direito de resposta. Maria do Rosário concedeu a palavra ao parlamentar na sequência. 

Na tribuna, Bolsonaro acusou a Procuradoria Geral da República (PGR) de ter acolhido a “armação” de Maria do Rosário e de ter feito pressão sobre o ministro do STF Luiz Fux para que o processo contra ele fosse aberto. “Essa sessão está sendo um desserviço à mulher vítima de violência”, declarou.

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