Situação é “extremamente constrangedora”, diz jurista Miguel Reale Jr.

  • Por Jovem Pan
  • 04/03/2016 14h38
Antonio Cruz / Agência Brasil "PSDB perdeu a noção de sua história, de seu passado e seu futuro", disse o jurista

Após o ex-presidente Lula ser conduzido a prestar depoimento à Polícia Federal pela 24ª fase da Operação Lava Jato, o jurista Miguel Reale Jr. falou à Jovem Pan sobre as informações reveladas por Delcídio Amaral que podem ser aditadas ao pedido de impeachment contra a presidente Dilma.

“Os fatos de hoje dizem respeito a Lula. Ele tem que dar explicações sérias a respeito de duas propriedades além de outros fatos ligados ao Instituto Lula”, destacou. “A situação de hoje é extremamente constrangedora. Mostra que a autoridade do País está esfacelada”, completou.

Sobre as informações que envolvem a presidente Dilma na suposta delação premiada de Delcídio Amaral, o jurista afirmou que o vazamento prejudica as investigações, mas não o conteúdo. “É correto e legítimo. Só não foi homologado por causa da confidencialidade. Tantas delações foram vazadas. Não é isso que torna inviável a homologação. A delação, no seu conteúdo, vale por si”, acrescentou.

Para o jurista, situações como a desta sexta-feira, que envolvem nomes relacionados ao Planalto, eram difíceis de imaginar que se repetiriam após o caso Collor.

Delação de Delcídio

A revista IstoÉ divulgou detalhes da delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS). O acordo de colaboração, que ainda não foi homologado no Supremo Tribunal Federal, traz detalhes de como Dilma Rousseff e Lula teriam tentado interferir nas investigações da Operação Lava Jato.

No documento de mais de 400 páginas divulgado nesta quinta-feira (03) pela revista Istoé, o senador disse que a presidente quis atuar três vezes por meio do Judiciário. Delcídio cita a reunião que houve em julho do ano passado em Portugal entre Dilma, o então Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski.

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