Situação é “extremamente constrangedora”, diz jurista Miguel Reale Jr.
Após o ex-presidente Lula ser conduzido a prestar depoimento à Polícia Federal pela 24ª fase da Operação Lava Jato, o jurista Miguel Reale Jr. falou à Jovem Pan sobre as informações reveladas por Delcídio Amaral que podem ser aditadas ao pedido de impeachment contra a presidente Dilma.
“Os fatos de hoje dizem respeito a Lula. Ele tem que dar explicações sérias a respeito de duas propriedades além de outros fatos ligados ao Instituto Lula”, destacou. “A situação de hoje é extremamente constrangedora. Mostra que a autoridade do País está esfacelada”, completou.
Sobre as informações que envolvem a presidente Dilma na suposta delação premiada de Delcídio Amaral, o jurista afirmou que o vazamento prejudica as investigações, mas não o conteúdo. “É correto e legítimo. Só não foi homologado por causa da confidencialidade. Tantas delações foram vazadas. Não é isso que torna inviável a homologação. A delação, no seu conteúdo, vale por si”, acrescentou.
Para o jurista, situações como a desta sexta-feira, que envolvem nomes relacionados ao Planalto, eram difíceis de imaginar que se repetiriam após o caso Collor.
Delação de Delcídio
A revista IstoÉ divulgou detalhes da delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS). O acordo de colaboração, que ainda não foi homologado no Supremo Tribunal Federal, traz detalhes de como Dilma Rousseff e Lula teriam tentado interferir nas investigações da Operação Lava Jato.
No documento de mais de 400 páginas divulgado nesta quinta-feira (03) pela revista Istoé, o senador disse que a presidente quis atuar três vezes por meio do Judiciário. Delcídio cita a reunião que houve em julho do ano passado em Portugal entre Dilma, o então Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski.
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