SPTrans deve apresentar análise de empresas de ônibus ligadas ao PCC nesta quarta

Companhias de transporte urbano Transwolff e UPBus tinham até última segunda-feira (27) para se defender do processo de encerramento do contrato com a Prefeitura de São Paulo; reunião está marcada para as 14h

  • Por Beatriz Manfredini
  • 29/01/2025 08h14 - Atualizado em 29/01/2025 11h47
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Reprodução/Facebook/Transwolff Ônibus da empresa Transwolff é visto no Terminal Guarapiranga, na zona sul de São Paulo Transwolf atua na zona sul da capital e, a UPBus, na zona leste

A SPTrans deve apresentar, nesta quarta-feira (29), em reunião no gabinete do prefeito, a análise das respostas das empresas de ônibus Transwolff e UPBus, suspeitas de terem ligação com o PCC. As companhias tinham até a última segunda-feira (27) para se defender a respeito do processo de caducidade — ou seja, encerramento do contrato com a Prefeitura de São Paulo. A reunião está marcada para as 14h. Além do presidente da SPTrans, Levi Oliveira, estarão presentes o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), o secretário de Transporte, Celso Caldeira, secretários de outras pastas, como de governo e Fazenda, e a procuradora-geral do Município, Luciana Nardi.

Internamente, o encerramento do contrato com as empresas já é dado como certo. Nunes tem, inclusive, falado publicamente sobre o assunto. Para o prefeito, o momento é “delicado”, já que a notícia da caducidade pode gerar greve de funcionários. A Transwolff atua na zona sul da capital, e a UPBus, na zona leste. No caso da Transwolff, parte da frota atual é feita de pessoas que alugam os coletivos para a empresa. A gestão municipal diz que está acompanhando de perto o assunto.

Depois de feito o processo de caducidade, a Prefeitura de São Paulo vai abrir uma licitação para conhecer novas empresas dispostas a operar as duas frotas de ônibus. O processo deve atrapalhar os planos de Nunes de extinguir a SPTrans, já que o processo de novas licitações é burocrático e demorado e, até lá, as linhas continuam sob gestão da agência de transportes da capital.

Ambas companhias estão sob intervenção desde abril de 2024, quando foram alvos da Operação Fim da Linha, do Ministério Público de São Paulo, que investiga suposta ligação dos diretores com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo a gestão municipal, atualmente, a Transwolff opera 132 linhas, com 1.146 veículos e transportam 583 mil passageiros por dia. Já a UPBus tem frota de 158 ônibus atendendo 13 linhas e transportando 73 mil passageiros por dia.

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Em nota enviada à reportagem, a Transwolff refutou de “forma categórica” as acusações de vínculo com o crime organizado. “A empresa e seus dirigentes jamais mantiveram qualquer relação com atividades ilícitas, e essa verdade será comprovada no curso do processo judicial, que tramita sob sigilo. Repudiamos as acusações infundadas que afrontam a honra de cidadãos e a reputação de uma empresa que há anos presta serviços de qualidade reconhecidos pelos usuários do transporte público de São Paulo.” A empresa afirma que “confia plenamente” na Justiça.

Veja a nota da Transwolff na íntegra

A defesa da Transwolff Transporte e Turismo Ltda. e do Sr. Luiz Carlos Efigênio Pacheco refuta de forma categórica as acusações de vínculo com o crime organizado. A empresa e seus dirigentes jamais mantiveram qualquer relação com atividades ilícitas, e essa verdade será comprovada no curso do processo judicial, que tramita sob sigilo. Repudiamos as acusações infundadas que afrontam a honra de cidadãos e a reputação de uma empresa que há anos presta serviços de qualidade reconhecidos pelos usuários do transporte público de São Paulo, conforme levantamento independente contratado pela Prefeitura Municipal.

A Transwolff é referência em inovação e qualidade, sendo pioneira na introdução de ônibus elétricos na cidade, com a maior frota desse tipo no Brasil, e mantendo uma frota com idade média inferior ao exigido em contrato. As alegações que sustentam a intervenção administrativa e o pedido de caducidade contratual são inconsistentes e carecem de embasamento técnico, financeiro ou jurídico. A defesa apresentada no Processo Administrativo desmonta, ponto a ponto, os fundamentos equivocados utilizados pela Prefeitura.

Por determinação judicial, o Sr. Luiz Carlos Efigênio Pacheco encontra-se impossibilitado de comentar publicamente o processo penal, mas reafirma sua total disposição para esclarecer os fatos de forma ampla e irrestrita tão logo seja autorizado. A Transwolff e seus representantes confiam plenamente na Justiça e na reversão dessa situação. Reiteramos nosso compromisso com a transparência, com a população paulistana e com as 4 mil famílias que dependem diretamente da empresa.

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