STF homologa delação de Machado, que pode atingir cúpula do PMDB
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki homologou nesta quarta-feira (25) os termos da colaboração premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, informaram os jornais O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.
Machado, que já foi deputado federal pelo PSDB e depois mudou para o PMDB, foi nomeado para o cargo na Transpetro pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela indicação da cúpula do PMDB.
Ele conseguiu o acordo de delação premiada após grampear conversas três importantes nomes do PMDB: Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), senador e ex-ministro do Planejamento de Temer, e o ex-presidente José Sarney, de acordo com O Globo.
Trechos das gravações de Calheiros e Jucá já foram divulgados pela Folha de S. Paulo.
Jucá falou em conversa com Machado sobre um “pacto nacional” e em “estancar a sangria” das consequências políticas da Operação Lava Jato. (Leia AQUI a conversa completa)
Já Calheiros criticou a delação premiada e fala nos áudios em “negociar transição” com ministros do STF, que estariam “putos” com Dilma à época em que as conversas foram interceptadas, meados de março. (Leia AQUI)
Investigações
Com o depoimento aprovado, o procurador-geral da República Rodrigo Janot poderá pedir ao STF novas aberturas de investigação sobre as pessoas citadas nos termos da delação de Machado, ainda não conhecidos.
Procurador Rodrigo Janot (Elza Fiúza/Agência Brasil)
Os políticos, que têm foro privilegiado, terão seus casos analisados e eventualmente julgados pelo STF. Já as pessoas que não possuem o benefício do foro podem ter investigações enviadas a Curitiba, para a jurisdição do juiz federal Sergio Moro.
Machado é alvo de investigação no Supremo assim como Renan Calheiros. O doleiro Alberto Youssef, o lobista Fernando Baiano e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa apontaram Renan Calheiros como receptor de parte da propina desviada da Transpetro.
De acordo com a Folha de S. Paulo, Machado vinha conversando há alguns meses com os investigadores para tentar costurar a delação, revelando detalhes do esquema de corrupção em troca de benefícios, mas, inicialmente, chegou a enfrentar resistências pelo material oferecido.
Em dezembro do ano passado, Machado foi alvo da Operação Catilinárias, da Lava Jato, ao lado de outros políticos, como os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Aníbal Gomes (PMDB-CE), Celso Pansera (PMDB-RJ), os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto e o atual ministro de Temer Henrique Alves (PMDB).
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