STF manda para Justiça do Pará inquérito de deputado investigado por tortura

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/05/2018 19h08
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Reprodução/Facebook Em sua decisão, Celso de Mello destacou que as investigações dizem respeito a fato que teria sido praticado antes da diplomação do congressista

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu retirar da Corte um inquérito que apura se o deputado Delegado Éder Mauro (PSD-PA) cometeu crime de tortura. O ministro encaminhou o caso para a Justiça do Pará. Em sua decisão, Celso de Mello destacou que as investigações dizem respeito a fato que teria sido praticado antes da diplomação do congressista e, portanto, não guarda relação com o mandato do deputado.

“Essa nova orientação adotada pelo Supremo Tribunal Federal encontra suporte legitimador no princípio republicano que consagra (…) o dogma de que todos são iguais perante a lei, valendo relembrar que a noção de igualdade dos cidadãos, além de refletir uma conquista básica do regime democrático, tipifica-se como uma das pedras angulares e essenciais à configuração mesma da ordem republicana”, escreveu Celso de Mello, em decisão assinada na última segunda-feira, 7.

“Sendo assim, e pelas razões expostas, reconheço cessada, na espécie, a competência originária do Supremo Tribunal Federal para apreciar este procedimento penal e determino, em consequência, a devolução dos presentes autos à origem (…), por intermédio do Tribunal de Justiça do Estado do Pará”, determinou Celso de Mello.

Investigações

As investigações no inquérito dizem respeito à acusação de que, em julho de 2008, Éder Mauro Cardoso Barra e outros três policiais saíram de um carro, abordaram duas pessoas e as levaram para dependências policiais para que revelassem o paradeiro de um indivíduo conhecido por “Cavalo”.

Uma das pessoas relatou ter sido levada para uma sala e, após negar conhecer o paradeiro de “Cavalo”, teria sido colocada de joelhos, algemada com as mãos para trás, asfixiada com sacos de lixo e espancado até desmaiar. Procurado pela reportagem, o gabinete do deputado não havia se pronunciado até a publicação deste texto.

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