Suíça afirma ter encontrado indícios de que Odebrecht usou contas para pagamento de propina
O Ministério Público da Suíça afirmou nesta quarta-feira (22) ter encontrado indícios de que a Odebrecht utilizou contas bancárias no país para pagamento de propina a ex-diretores da Petrobras.
Em comunicado, o gabinete do procurador-geral, Michael Lauber, afirmou que “subsidiárias da Odebrecht são suspeitas de usar contas suíças para fazer pagamentos de propina a ex-executivos da Petrobras, que também mantinham contas bancárias na Suíça”.
O inquérito não foi aberto apenas contra a Odebrecht, mas também contra seus executivos e intermediários. “O escritório do procurador-geral da Suíça confirma que uma de suas investigações se referem à empresa brasileira Construtora Norberto Odebrecht SA, assim como a empresas associadas e pessoas”, diz o comunicado.
Em março deste ano, o MP da Suíça bloqueou US$ 400 milhões em nove investigações sobre a estatal no país. “Os resultados iniciais dessas investigações indicam que o sistema financeiro suíço foi seriamente afetado pelo escândalo”, afirma a nota.
Pelo menos dois ex-executivos da Petrobras confirmaram depósitos feitos pela Odebrecht em suas contas na Suíça. Em delação premiada, Paulo Roberto Costa afirmou que recebeu US$ 20 milhões, Pedro Barusco também indicou ter sido pago pela construtora.
Barusco e Costa dizem que os pagamentos foram feitos por uma empresa registrada no Panamá, a Constructora Internacional Del Sur, e com a ajuda de Bernardo Freiburghaus, operador que vive em Genebra e que chegou a fazer parte da lista vermelha da Interpol.
A construtora Odebrecht afirmou inúmeras vezes que nunca pagou propina para facilitar negócios na Petrobras e disse não ter relação nem com a empresa no Panamá e nem com Freiburghaus.
Segundo nota divulgada nesta quarta-feira (22), a Odebrecht disse que irá solicitar informações às autoridades suíças para entender o alcance das investigações e o motivo pelo qual está inserida no contexto de apuração das irregularidades cometidas por executivos da estatal brasileira. “A empresa só poderá se pronunciar após ter acesso às informações”, diz a nota.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.