Suíça afirma ter encontrado indícios de que Odebrecht usou contas para pagamento de propina

  • Por Jovem Pan
  • 22/07/2015 16h38
A general view of the headquarters of Odebrecht, a large private Brazilian construction firm, in Sao Paulo in this November 14, 2014 file photo. Brazilian police on June 19, 2015, arrested Marcelo Odebrecht, the head of Latin America's largest engineering and construction company Odebrecht SA, local media said, pulling the most high-profile executive into the corruption investigation at state-run oil firm Petrobras. Federal officers had orders to arrest a total of 12 people in four states and bring them to the southern city of Curitiba where the investigation is based, according to a federal police statement that did not give the names of the detained. REUTERS/Paulo Whitaker/Files Reuters Odebrecht

O Ministério Público da Suíça afirmou nesta quarta-feira (22) ter encontrado indícios de que a Odebrecht utilizou contas bancárias no país para pagamento de propina a ex-diretores da Petrobras.

Em comunicado, o gabinete do procurador-geral, Michael Lauber, afirmou que “subsidiárias da Odebrecht são suspeitas de usar contas suíças para fazer pagamentos de propina a ex-executivos da Petrobras, que também mantinham contas bancárias na Suíça”.

O inquérito não foi aberto apenas contra a Odebrecht, mas também contra seus executivos e intermediários. “O escritório do procurador-geral da Suíça confirma que uma de suas investigações se referem à empresa brasileira Construtora Norberto Odebrecht SA, assim como a empresas associadas e pessoas”, diz o comunicado.

Em março deste ano, o MP da Suíça bloqueou US$ 400 milhões em nove investigações sobre a estatal no país. “Os resultados iniciais dessas investigações indicam que o sistema financeiro suíço foi seriamente afetado pelo escândalo”, afirma a nota.

Pelo menos dois ex-executivos da Petrobras confirmaram depósitos feitos pela Odebrecht em suas contas na Suíça. Em delação premiada, Paulo Roberto Costa afirmou que recebeu US$ 20 milhões, Pedro Barusco também indicou ter sido pago pela construtora.

Barusco e Costa dizem que os pagamentos foram feitos por uma empresa registrada no Panamá, a Constructora Internacional Del Sur, e com a ajuda de Bernardo Freiburghaus, operador que vive em Genebra e que chegou a fazer parte da lista vermelha da Interpol.

A construtora Odebrecht afirmou inúmeras vezes que nunca pagou propina para facilitar negócios na Petrobras e disse não ter relação nem com a empresa no Panamá e nem com Freiburghaus.

Segundo nota divulgada nesta quarta-feira (22), a Odebrecht disse que irá solicitar informações às autoridades suíças para entender o alcance das investigações e o motivo pelo qual está inserida no contexto de apuração das irregularidades cometidas por executivos da estatal brasileira. “A empresa só poderá se pronunciar após ter acesso às informações”, diz a nota.

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