Suíça apura se Odebrecht fez depósitos em contas de investigados da Lava Jato

  • Por Agência Brasil
  • 23/07/2015 11h41
A general view of the headquarters of Odebrecht, a large private Brazilian construction firm, in Sao Paulo in this November 14, 2014 file photo. Brazilian police on June 19, 2015, arrested Marcelo Odebrecht, the head of Latin America's largest engineering and construction company Odebrecht SA, local media said, pulling the most high-profile executive into the corruption investigation at state-run oil firm Petrobras. Federal officers had orders to arrest a total of 12 people in four states and bring them to the southern city of Curitiba where the investigation is based, according to a federal police statement that did not give the names of the detained. REUTERS/Paulo Whitaker/Files Reuters Odebrecht

Um dia após a Procuradoria-Geral da República da Suíça confirmar que ampliou a investigação de corrupção na Petrobras para incluir a construtora Odebrecht e outras empresas que atuam em associação com as duas companhias brasileiras em território suíço, a porta-voz do Ministério Público, Nathalie Guth, confirmou que está apurando as suspeitas de que empresas pertencentes à construtora depositaram propina nas contas de antigos dirigentes da Petrobras.

Segundo a representante da Justiça suíça, embora as investigações estejam no início, já há indícios de que o “sistema financeiro suíço foi seriamente afetado pelo escândalo” de corrupção. A porta-voz afirmou que as repercussões do escândalo já extrapolaram as fronteiras brasileiras, envolvendo “muitas pessoas e empresas brasileiras que fizeram transações suspeitas em contas da Suíça.”

Em nota, a Odebrecht disse ser “natural” o processo instaurado na Suíça. Para a empresa, a busca de informações das autoridades suíças é consequência da “grande repercussão do tema no Brasil, decorrente do vazamento de informações com interpretações distorcidas e descontextualizadas”. A construtora afirma ter todo o interesse em esclarecer o assunto e reitera sua intenção de cooperar com as autoridades brasileiras e estrangeiras.”

A investigação sobre a Petrobras – agora ampliada – foi aberta no país europeu em abril de 2014. Graças à apuração, foram identificadas em bancos suíços 300 contas associadas a pessoas investigadas pela Operação Lava Jato, que, segundo as autoridades, as usaram para movimentar milhões de dólares. Em março deste ano, a Suíça bloqueou US$ 400 milhões dessas empresas e pessoas.

Do total bloqueado, cerca de US$ 120 milhões já foram repatriados ao Brasil. Desse montante, US$ 29 milhões estavam em contas em nome do ex-gerente executivo da Petrobras Pedro José Barusco Filho. Segundo o procurador da República Renato Silva de Oliveira, o valor bloqueado está relacionado às propinas pagas em desvios em contratos analisados pela Lava Jato, da Polícia Federal.

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