Talude de mina em Barão de Cocais se movimenta 4 vezes mais que medições iniciais
O talude da mina de Gongo Soco, da mineradora Vale em Barão de Cocais (MG), passou a se movimentar 16 centímetros por dia em pontos mais críticos, quatro vezes mais que medições iniciais, e 12 centímetros por dia em sua porção inferior, conforme relatório divulgado nesta sexta-feira (24) pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
No último dia 13, a Vale comunicou às autoridades que o talude apresentava movimentação de quatro centímetros por dia. A previsão feita, depois do anúncio é que o talude desmoronaria entre o último domingo (19) e este sábado (25).
Na segunda-feira (20), porém, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Germano Vieira, afirmou que o talude vai se romper, mas que isso poderia ocorrer também depois do prazo previsto.
O principal risco do desmoronamento do talude é que, ao ruir para dentro da cava da mina, provoque abalo sísmico com intensidade suficiente para romper a barragem Sul Superior, que está a 1,5 quilômetro da mina. A estrutura já passa por problemas de sustentação e, em 22 de abril, teve alerta de estabilidade elevado a 3, o mais alto da escala, que significa rompimento iminente.
Caso se rompa, a lama da barragem atingirá três municípios, conforme estudo de impacto da Vale: Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Um muro de contenção está sendo erguido entre a estrutura e Barão de Cocais, para tentar reter a lama.
Avaliação da Vale
A Vale diz que não há elementos técnicos para afirmar que o eventual deslizamento de parte do talude da mina de Gongo Soco poderia desencadear a ruptura da barragem.
A companhia reforça que desde 8 de fevereiro adotou “todas as medidas preventivas” para garantir a segurança dos moradores da região de Barão de Cocais, citando a retirada dos habitantes da Zona de Autossalvamento, apoio para a realização de simulados e preparação das comunidades para todos os possíveis cenários.
A empresa também frisou que o talude da mina de Gongo Soco e a Barragem Sul Superior estão sendo monitorados 24 horas por dia “e as previsões sobre deslocamento de parte do talude são revistas diariamente”.
Por fim, a Vale “reforça que não há elementos técnicos que possam afirmar que o eventual deslizamento de parte do talude poderia desencadear a ruptura da barragem. Mesmo assim, reitera que todas as medidas preventivas foram tomadas e segue à disposição das autoridades para prestar todo apoio possível”.
*Com Estadão Conteúdo
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