Tasso: posicionamento (do PSDB) é por desembarque, não de oposição ao governo

  • Por Estadão Conteúdo
  • 05/07/2017 18h05
Brasília - Plenário do Senado vota o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Na foto, o senador Tasso Jereissati (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil Presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati reafirma que o partido deve seguir apoiando as reformas econômicas

O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), declarou nesta quarta-feira, 5, que a posição do partido “é cada vez mais clara” pela saída do governo do presidente Michel Temer. “O posicionamento é pelo desembarque, não é de oposição ao governo”, declarou o parlamentar.

Tasso defende a saída do PSDB da base aliada, mas a manutenção do apoio às reformas econômicas. Já o presidente afastado da legenda, Aécio Neves (MG), que retomou ontem o mandato parlamentar, quer que a legenda mantenha a participação direta no governo, sem entregar os cargos que possui.

Independentemente do posicionamento de Aécio, Tasso considera que ele “terá que enfrentar o fato que é a posição da maioria”. “A posição do partido é cada vez mais clara. Não dá para controlar, as coisas vão acontecendo”, destacou.

Ele disse que esta postura contrária ao governo está ficando evidente “pelos fatos”, citando como exemplo a posição dos deputados tucanos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde a denúncia contra Temer será analisada, e avalia que a grande maioria já está se manifestando.

Em conversa com jornalistas, Tasso afirmou ainda que Aécio deve tomar uma decisão definitiva sobre quem ficará no comando da legenda até o final desta semana. “A decisão será dele porque é ele que tem o mandato de presidente. Até o final da semana isso deve ser decidido, ele ainda está organizando a casa”, disse.

Tasso e seus aliados cobram Aécio por uma decisão definitiva sobre o comando da legenda, para garantir maior legitimidade às decisões tomadas. O tucano admite que o presidente tem influência nas decisões, mas que a sua opinião não é um fator determinante. “Vai restar ao presidente chancelar a decisão da maioria.”

Afastado de suas funções parlamentares por cerca de 45 dias após decisão judicial, Aécio retornou ontem ao Congresso Nacional com um discurso no plenário de apoio ao governo. Ele defendeu que o presidente Michel Temer “continua a liderar” as reformas em discussão no Congresso, e pediu a unidade do partido. “Unidade é uma coisa, unanimidade é impossível”, disse Tasso, em referência à fala de Aécio.

Embora correntes do partido defendam seu afastamento definitivo da presidência, Aécio quer ganhar tempo até passar a votação do recurso pedindo a cassação de seu mandato no Conselho de Ética do Senado, nesta quinta-feira, 6, e a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, na Câmara, para que a decisão seja tomada.

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