SP registra 46% de isolamento, taxa mais baixa desde o início da pandemia

Capital vai ampliar a quarentena e tomar medidas mais restritivas para conter a circulação do vírus

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2020 17h49 - Atualizado em 01/05/2020 17h49
RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO São Paulo tem 2.511 mortes pelo novo coronavírus, 136 registradas na últimas 24 horas, e 30.374 casos confirmados

São Paulo registrou nesta quinta-feira (30) a taxa mais baixa de isolamento social da quarentena, com apenas 46%. O número foi divulgado nesta sexta (1º) pelo governo do Estado. O índice é medido com base em dados de celular de 104 cidades com mais de 70 mil habitantes.

A queda na taxa vem preocupando a gestão do governador João Doria (PSDB), dado o avanço do novo coronavírus em SP. Nos últimos dias, o índice se manteve em 48% e acendeu um “sinal de alerta”. Para o governo, a meta é de 60%, e o ideal, para evitar o colapso do sistema de saúde, 70%.

Nesta sexta-feira, a Grande São Paulo já tinha 89% dos leitos de UTI ocupados e decidiu iniciar a transferência de pacientes para o interior já neste final de semana. No Estado, a taxa de ocupação dos leitos de UTI era de 69,3%.

Epicentro da doença no País, São Paulo tem 2.511 mortes pelo novo coronavírus, 136 registradas na últimas 24 horas, e 30.374 casos confirmados, de acordo com boletim divulgado nesta sexta-feira pela Secretaria Estadual da Saúde. De acordo com a pasta, foram quase seis óbitos confirmados por hora, desde quinta.

Ainda segundo o levantamento, 151 cidades paulistas têm pelo menos um caso de morte pela doença. E metade das cidades já registra casos confirmados do novo coronavírus.

Quarentena

Doria já afirmou que, com este índice de isolamento social, não será possível fazer uma flexibilização da quarentena, principalmente na região metropolitana. A quarentena foi implementada em São Paulo no dia 24 de março e tem validade até 10 de maio. O decreto prevê o funcionamento somente dos serviços essenciais nos 645 municípios do Estado.

Chefe do Centro de Contigência da Covid-19, o infectologista David Uip pontuou que o aumento das mortes tem relação com a queda nessa taxa de isolamento. “No começo, quando discutimos o isolamento, nos baseávamos em trabalhos de outros países. Agora, nossos números são contundentes. Se você tem uma taxa de isolamento social de 50% a mais, há impacto positivo na curva de infectados, de doentes e de óbitos. Quanto mais, melhor. Essa equação está feita”, declarou em entrevista nesta semana.

Nesta quinta, o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse que a capital vai ampliar a quarentena e tomar medidas mais restritivas para conter a circulação do vírus.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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