Temer diz não ter ‘menor ciência’ sobre suposto acerto entre MDB e Odebrecht
A Polícia Federal enviou ao presidente Michel Temer (MDB) um questionário de 20 perguntas no âmbito do inquérito que apura uma suposta negociação em 2014, no Palácio do Jaburu, de R$ 10 milhões da Odebrecht para o MDB. As informações são da jornalista Andreia Sadi.
O delegado responsável pela investigação, Tiago Delabary, busca nas perguntas detalhes sobre a negociação que ocorreu entre executivos da empreiteira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o presidente emedebista.
Em uma das questões, o delegado pergunta: “Alguns executivos da Odebrecht afirmaram, no âmbito de seus respectivos acordos de colaboração premiada que, em meio à segunda rodada de concessões de aeroportos, receberam do ministro Moreira Franco solicitação de apoio financeiro à campanha do PMDB, o que teria redundado na disponibilização de 4 milhões de reais pela construtora, em recursos não contabilizados. Vossa Excelência foi destinatário de alguma fração desses valores?”
Temer retrucou: “Não tenho a menor ciência do aporte desses recursos. Em razão deste fato, descabida a segunda parte da questão”.
Além dessa pergunta, o presidente se irritou com outros questionamentos da PF. Em um deles, Temer classificou como “pergunta ofensiva, não merece resposta”. A pergunta no caso era sobre uma quantia recebida em espécia em 2014, contando com interposição de José Yunes.
A PF também perguntou sobre a relação de Temer com João Batista Lima Filho, amigo e ex-assessor do presidente, que, inclusive, chegou a ser preso em março, na Operação Skala.
Já sobre José Yunes, o delegado questionou se ele é de sua “máxima confiança”. O emedebista confinou que conhece Yunes desde a época em que estudava na faculdade de Direito do Largo São Francisco e que “a confiança é proporcional a esta longa amizade”.
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