“Temer é o presidente e precisa ser tratado como tal”, diz defesa ao questionar prazo para responder à PF

  • Por Jovem Pan
  • 31/05/2017 14h18

Presidente Michel Temer Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil ABR - Presidente Michel Temer

Um dos advogados do presidente Michel Temer no inquérito em que o peemedebista é investigado por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa, o criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira revelou em entrevista à Jovem Pan nesta quarta (31) que “provavelmente” vai pedir o aumento do prazo para Temer responder a perguntas da Polícia Federal.

De acordo com decisão desta terça (30) do ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, a Polícia Federal já pode inquirir o presidente da República, que terá 24 horas para responder as questões a partir do seu envio. A defesa de Temer já solicitou ao STF a suspensão do depoimento até que seja finalizada a perícia em trâmite da gravação da conversa de 7 de março entre Joesley Batista, dono da JBS, e o presidente no Palácio do Jaburu, um dos elementos que compõem a acusação. Mariz diz que a perícia é “essencial” e defende: “o que não podemos é que o inquérito corra sem essa prova”.

“Estou aguardando a vinda da resposta da petição de ser ouvido só depois dos laudos para verificar a questão dos prazos, para ponderar ao relator (Fachin) que esse prazo é muito curto e dificultará inclusive ao presidente da República responder todos os questionamentos. Eu não sei quantas questões virão e a natureza dessas questões. Estou aguardando, mas provavelmente eu vou requerer uma dilação de prazo”, disse Mariz de oliveira

Para o advogado de Temer, o período de 24 horas para a investigado se defender “é um prazo muito exíguo e de difícil cumprimento”. Mariz argumenta que o presidente da República tem muitas outras responsabilidades.

“É um prazo extremamente exíguo. Ele é o presidente da República. Não se trata do cidadão Michel Temer, mas do presidente da República, com responsabilidades enormes e afazeres notoriamente de grande monta, que impõem a ele grande dedicação e empenho”, afirmou.

“Eu estranho muito que esse prazo de 24 horas tenha sido dado ao presidente da República, como se ele estivesse a serviço e pronto para responder questionamentos de qualquer natureza. Ele é o presidente da República e ele precisa ser tratado como tal. Eu lamento muito que tenha sido consignado um prazo só de 24 horas”, completou Mariz.

TSE

Mariz relatou ainda que os colegas advogados que defendem Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde a chapa Dilma-Temer é julgada por irregularidades na campanha de 2016, estão confiantes em relação à absolvição do presidente. O defensor de Temer crê que as acusações oriundas da delação da JBS não vão influenciar a análise da questão no TSE.

“Conversei com os colegas e eles dividem e separam com muita nitidez a questão que está sendo objeto de inquérito policial da questão que vai ser julgada no próximo dia 6 (de junho). Os colegas não têm essa preocupação de uma interferência e influência”, disse.

“Há uma expectativa muito positiva e otimista no sentido de que o presidente será absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral”

Ouça a entrevista AQUI.

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