Temer mantém Moraes no cargo e deve conversar com mais três ministros
O presidente Michel Temer decidiu, após reunião na manhã desta terça-feira (27), manter o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, no cargo após as declarações feitas no domingo (25) e que causaram polêmica.
O ministro havia sinalizado uma nova fase da Operação Lava Jato “nesta semana” e disse que as pessoas lembrariam-se dele quando isso ocorresse.
Na reunião de hoje, Temer repreendeu Moraes e repetiu as declarações feitas a ele no dia anterior. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o presidente disse a seu ministro que não queria que afirmações como essa fossem repetidas, já que geram um desgaste ao Governo.
Mais cedo, entre assessores do peemedebista, falava-se em demissão. No entanto, Temer avaliou que isso poderia gerar uma crise ainda maior ao Palácio do Planalto e poderia até mesmo funcionar como uma admissão de que o vazamento ocorreu.
Aos assessores, Temer disse que realizará o mesmo encaminhamento da conversa que teve com o ministro da Justiça com os mandatários das pastas da Secretaria do Governo (Geddel Vieira Lima), da Saúde (Ricardo Barros) e do Trabalho (Ronaldo Nogueira). Os quatro ministros envolveram-se recentemente em afirmações que causaram repercussão negativa e acabaram por desgastar a imagem do Governo.
No Jornal da Manhã, Vera Magalhães destacou a “bronca” dada ao ministro. Temer resistiu, segundo Vera, pois tem uma boa relação pessoal com Moraes, mas disse em alto som e bom portugês que “essa é a última dele”. Os dois conversaram por telefone nesta segunda (26). O que irritou muito o presidente foi o fato de o próprio Ministério da Justiça ter divulgado o vídeo em que Moraes faz a sua “bravata”. Confira o comentário completo de Vera Magalhães que foi ao ar na manhã desta terça-feira (27):
Ministro-chefe da Casa Civil
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan nesta terça-feira (27), o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu que a comunicação do Governo seja orientada pela palavra do presidente Michel Temer.
“O norte tem que ser apontado pelo presidente da República. Eu tenho feito isso e penso que o que todos os ministros gostariam de fazer é orientar sua fala”, disse Padilha, que comparou a palavra de Temer com a de um imperador. “O comunicador-mor do Governo tem que ser o presidente. Aí a população olha para o presidente e vê nele um pouco do que foi o imperador, a monarquia, alguém que tinha condições de definir o rumo da vida das pessoas”, completou.
Confira abaixo a entrevista completa com o ministro-chefe da Casa Civil:
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