Temer: não temos que dar atenção aos protestos, mas ao País

Durante o anúncio de medidas econômicas a líderes da base aliada, o presidente em exercício Michel Temer falou sobre os protestos de rua e as pressões que sofre seu governo. “Estamos há 12 dias no governo e às vezes abro jornais e revistas e parece que estamos há dois anos ou mais”, ironizou, sobre as críticas que tem recebido.
O interino afirmou que seu governo é “vítima de agressões psicológicas”. Mas garantiu que “não tem a maior preocupação” com as manifestações contrárias. “Não temos que dar atenção a isso (aos protestos). Temos que dar atenção ao país”, afirmou Temer. “Aqueles que querem esbravejar, façam-no o quanto quiser, mas dentros das vias legais”, disse.
O presidente disse que, se os propostos forem dentro das normas, “até aplaude”. Temer citou os protestos de junho de 2013. Na interpretação do presidente, os atos perderam a validade quando os black-blocs (grupo anarquista) tomaram conta das manifestações. “Quando há uma agressão que sai dos limites da lei, o movimento democrático perdem significado”, afirmou Temer.
“Ruptura”
Michel Temer também voltou a reconhecer sua interinidade no cargo. Um pouco depois, porém, Temer, que pode ficar até seis meses no cargo enquanto o impeachment de Dilma não for julgado no Senado, disse que deseja entregar um País pacificado em 2018, data da próximas eleição presidencial.
Temer destacou “o fato de compreender a nossa interinidade”. E emendou: “sou muito respeitoso para entender esse fato. mas a interinidade não quer dizer que o País tem que parar”.
O presidente interino rejeitou a ideia de que houve golpe, apesar de não mencionar o termo. “Quero refutar aqueles que a todo instante pretendem dizer que houve um rompimento da Constituição”, declarou Temer, elogiando as “instituições”. “Isso (de que houve ruptura) é de quem não lê a Constituição. Nossas instituições estão funcionando. Se houvesse ruptura, não funcionaria”, disse.
“Vamos levar tempo (para tirar o país da crise)”, reconheceu Temer. O presidente afirmou que considerará a sua missão cumprida se conseguir entregar, em 2018, um País com eleições tranquilas. Por isso, insistiu na tese da necessidade de “pacificação nacional”. “Precisamos pacificar o Pais. Não podemos ficar nessa situação”, afirmou.
Temer disse que não se pode permitir a “guerra”, “luta quase física” entre os brasileiros. “Isso é inadmissível”, afirmou.
Com informações complementares de Estadão Conteúdo
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