Temer pode ficar preso na sede da PF no Rio, diz presidente da FENAPEF
O presidente da Federação Nacional dos Policias Federais (FENAPEF), Luís Antônio de Araújo Boudens, afirmou que o ex-presidente Michel Temer, preso nesta quinta-feira (21), pode ficar detido na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro. “[O prédio da PF] Tem condições de manter o ex-presidente. É possível mantê-lo pelo tempo da prisão”, disse Boudens em entrevista à Jovem Pan.
Segundo o agenda da PF, a prisão de Temer cumpriu o procedimento padrão de prisões preventivas. O ex-presidente, no entanto, não foi algemado. “O uso de algemas não está legislado”, explicou Boudens, dizendo que a Polícia Federal segue uma determinação do Superior Tribunal Federal (STF) de que o preso só é algemado se “representar perigo aos policiais, pessoa presa ou aos cidadãos”.
Luís Antônio de Araújo Boudens ainda explicou que a unidade onde o ex-presidente estiver preso decidirá se ele ficará na mesma cela de outros detidos pela Lava Jato. “É um procedimento padrão que deve ser adotado de forma igualitária e isonômica”, disse sobre a determinação da cela que vai abrigar Temer.
O presidente da FENAPEF afirmou não ter muitas informações sobre como se deu a prisão de Michel Temer, mas revelou que o ex-presidente foi preso na manhã desta quinta-feira em sua casa, no Alto de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. A prisão é de forma preventiva. “A prisão preventiva serve a vários propósitos, um deles é a garantia de que haja a busca por mais provas”, explicou Boudens.
Operação cumpre mandados
A prisão de Michel Temer foi cumprida na manhã desta quinta-feira após mandado expedido pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, e diz respeito à investigação de desvios na Eletronuclear. A ação desta quinta foi batizada de Operação Descontaminação.
Foram expedidos no total oito mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 26 de busca e apreensão nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná e no Distrito Federal.
A investigação decorre de elementos colhidos nas Operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade deflagradas pela PF anteriormente e, notadamente, em razão de colaboração premiada firmada pela Polícia Federal. Os mandados foram expedidos pela 7° Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
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