Temer cogita ser nomeado embaixador para manter foro privilegiado, diz jornal

EFE/Joédson Alves Temer foi denunciado duas vezes na Lava Jato, por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça, mas a Câmara paralisou as acusações

O jornal O Globo noticia nesta quinta-feira (30) que o presidente Michel Temer (PMDB), denunciado na Lava Jato, teme cair nas mãos do juiz Sergio Moro assim que terminar seu mandato, em dezembro de 2018.

Com popularidade historicamente baixa e sem intenções atuais de concorrer à reeleição, o peemedebista busca com aliados alternativas para manter o foro privilegiado e seus processos no Supremo Tribunal Federal.

Entre as opções, está a de ser nomeado embaixador brasileiro pelo próximo presidente da República e, claro, dependeria da aprovação deste. É um cargo que agrada Temer e já foi ocupado, em Portugal, por Itamar Franco assim que Fernando Henrique Cardoso o sucedeu.

A preocupação de Temer ocorre em meio a discussões, no STF e no Congresso, que visam a restringir o alcance do foro privilegiado no Brasil. O Senado já aprovou por unanimidade e a Câmara analisa em comissão especial proposta que restringe o foro.

Nos corredores do Congresso, discute-se uma inclusão no projeto que ampliaria o foro especial para ex-presidentes, o que beneficiaria Temer, Lula, Dilma, FHC, Collor e Sarney. Deputados do PT defendem a tese.

A maioria do Supremo, por sua vez, já votou por limitar o foro especial apenas a crimes cometidos no exercício do mandato, mas um pedido de vistas do ministro Dias Toffoli, que teria sido acordado com o próprio Temer, adiou a conclusão do julgamento.

Outros aliados de Temer, diz ainda o jornal, entendem que o presidente deve voltar a advogar em São Paulo em 2019. Eles ponderam que o peemedebista terá 78 e deverá receber penas mais leves, caso condenado.

Há também aliados que defendem a ideia de Temer tentar concorrer à reeleição no ano que vem.As reformas impopulares e o recorde de reprovação de seu governo são, porém, um grande empecilho.