Torquato espera que STF anule votação após interpretar Constituição “mais rigorosamente”
Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o consultor político Gaudencio Torquato afirmou que o presidente Michel Temer recebeu com “surpresa” a decisão de Ricardo Lewandowski de fatiar a votação do impeachment nesta quarta-feira (31).
Tido como articulador para que a decisão fosse tomada, Renan Calheiros, presidente do Senado, foi quem mais surpreendeu o agora presidente definitivo da República. “Ninguém sabe a direção dos olhos dele”, disse Torquato sobre o peemedebista.
O consultor político criticou a atitude de Lewandowski e disse que ele “não soube ler a Constituição”, que diz que o impeachment vem com a inabilitação ao exercício de função pública. “Parecia que havia um acordo entre Renan, a senadora Kátia Abreu e Lewandowski. Pareceu que o jogo estava bem jogado”, disse.
Torquato disse esperar que o Supremo, em “interpretação mais rigorosa da Constituição”, anule a votação ocorrida nesta quarta sobre a inabilitação de Dilma.
Fatiamento de votação não é de hoje
Segundo o especialista, a intenção dos aliados de Dilma já era clara antes mesmo da votação do impeachment. “O PT ia entrar com recurso para dividir em duas partes a votação. Mas ninguém acreditava nisso porque era uma ideia tão absurda”, disse Torquato. “Isso vai gerar um problema seríssimo em toda a área política”, completou.
O que Temer deve fazer?
Para o consultor político, Temer deve costurar a base “que começa a apresentar rachaduras”: “ele precisa saber do Renan até onde vai esse tipo de decisão, porque se cria uma fissura muito grande na base”.
Gaudêncio Torquato cobrou explicações, por parte do PMDB, partido de Renan, para que a base aliada de Temer possa ser construída.
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