Tragédias se repetem no Monte Rinjani: relembre acidentes antes da morte de Juliana Marins

Entre 2020 e 2025, cinco pessoas já haviam perdido a vida no vulcão indonésio; terreno íngreme e trilhas desafiadoras elevam o risco de quedas

  • Por Uanabia Mariano
  • 24/06/2025 19h06
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BASARNAS/EFE/EPA Equipes de resgate preparando um drone para ser utilizado na operação de resgate da turista brasileira que caiu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Ilha de Lombok Mon­te Rinjani, com seus 3.726 metros de altitude, é o segundo vulcão mais alto da Indonésia

A morte da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, reacende o alerta sobre o risco presente nesse destino de aventura. Juliana estava desaparecida desde a madrugada de sábado (21) e teve o corpo encontrado nesta terça-feira (24), após quatro dias de buscas intensas. O terreno íngreme e as condições meteorológicas adversas teriam dificultado o resgate, segundo informações oficiais.

Embora o caso de Juliana tenha ganhado destaque, ela não é a única vítima recente. Dados de resgates e notícias locais apontam que, nos últimos cinco anos, pelo menos cinco pessoas morreram no vulcão:

Acidentes registrados no Monte Rinjani

  • Dezembro de 2021 – Um jovem indonésio de 26 anos caiu de um desfiladeiro com cerca de 100 metros de profundidade.
  • Agosto de 2022 – Um montanhista português, de 37 anos, despencou ao tentar tirar selfie na beira de um penhasco próximo ao cume.
  • Junho de 2024 – Uma turista suíça morreu depois de aventurar-se por rota não autorizada na região de Sembalun, em East Lombok.
  • Setembro de 2024 – Um homem natural de Jacarta desapareceu após queda em desfiladeiro; o corpo foi encontrado dias depois com o auxílio de drones térmicos.
  • Outubro de 2024 – Um alpinista irlandês caiu de um precipício de cerca de 200 metros, mas foi resgatado com ferimentos leves.
  • Maio de 2025 – Um montanhista malaio, de 57 anos, morreu após despencar em desfiladeiro de 80 a 100 metros.

Por que o Rinjani atrai aventureiros (e perigos)

O Mon­te Rinjani, com seus 3.726 metros de altitude, é o segundo vulcão mais alto da Indonésia. Conhecido por trilhas desafiadoras, o local combina solo arenoso, penhascos expostos e quedas íngremes — elementos que facilitam acidentes, especialmente em rotas não autorizadas ou sem preparo adequado.

O caso de Juliana Marins

A jovem publicitária natural de Niterói (RJ) fazia uma trilha organizada por agência local. Durante a madrugada do sábado (21), ela caiu de aproximadamente 300 metros em declive. Apesar do uso de drones por outros turistas que a localizaram no terreno, as equipes de resgate não conseguiram alcançá-la até serem acionadas pelo Itamaraty, que coordenou apoio diplomático e consular na Indonésia.

Riscos de locações de aventura

Especialistas reforçam que, mesmo acompanhadas por guias, trilhas em áreas de alta montanha exigem:

  • Equipamentos adequados
  • Orientação especializada
  • Atenção às condições climáticas e limites da trilha

Reflexão e legado

A morte de Juliana Marins tornou-se mais que uma tragédia pessoal: é um alerta global. Ela se soma a um histórico recente de acidentes no Monte Rinjani, reforçando o desafio que destinos de turismo de aventura colocam aos viajantes. Mais do que lamentar, autoridades e especialistas apontam a necessidade de maior segurança, capacitação de guias e regulamentação rigorosa nas trilhas.

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