Usar reservas é um “erro grave” que vai mexer com o mercado, avalia FHC

  • Por Agência Estado
  • 16/03/2016 13h23
Brasília - O ex-presidente da Fernando Henrique Cardoso fala à imprensa em reunião na sede da Executiva Nacional do PSDB (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato/Agência Brasil Fernando Henrique Cardoso FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que mexer nas reservas internacionais do País é um grande erro. “O uso das reservas é um erro grave, vai mexer no mercado e fazer o dólar subir. Não vão usar para investir, mas para nomear”, avaliou o tucano durante evento em São Paulo.

FHC disse ainda que, quando se perde condição de governar, a sociedade muda e diz que se cansa da corrupção e quer mudar, quer respostas. Hoje, na visão dele, está todo mundo reunido em Brasília, mas sem saber o que fazer. “Não se pode ficar balançando sem rumo. A presidente atual perdeu a chance de fazer, mesmo depois de eleita”, destacou ele, acrescentando que “não se pode negociar a questão moral, doa a quem doer.”

O ex-presidente afirmou também que é preciso mexer em questões cruciais, como a reforma da Previdência. E garantiu que não dá para deixar o governo federal sem regra de gastos. “O desafio é passar da quantidade para a qualidade.”

FHC criticou a troca de ministros no governo Dilma. “O governo atual muda ministro toda hora no mesmo governo. Não pode. Tem de dar continuidade. Não se pode dizer que quer cuidar de Saúde e Educação se não cuida dos seus ministros”, afirmou ele, acrescentando que durante sua gestão teve apenas um ministro da Saúde por oito anos.

Petrobras

Fernando Henrique Cardoso disse, ainda, que a Petrobras está se desfazendo de alguns dos seus ativos no pior momento. “A Petrobras ficou muito grande e é difícil controlar. Está sendo obrigada a vender ativos no pior momento, a preços mais baixos por conta da situação da economia que piorou”, afirmou.

FHC defendeu a flexibilização do pré-sal e criticou o fato de o governo ter centralizado tudo na Petrobras, enquanto deveria ter criado regras mais restritas. Segundo ele, a estatal terá de ser capitalizada em qualquer momento.

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