Vaccarezza deve R$ 1,5 mi à Lava Jato e diz que prisão ‘é só questão de tempo’
Cândido Vaccarezza, ex-líder dos Governos Lula e Dilma na Câmara, solicitou nesta terça-feira (22) ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) que vete o juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, de decretar sua prisão. Moro colocou fiança de R$ 1,5 milhão ao candidato a deputado federal pelo Avante de São Paulo, sob pena de decretar sua custódia por tempo indeterminado.
“O deferimento de liminar para que o juízo seja impedido de determinar a prisão do paciente ou inovação das medidas cautelares tendo por base o inadimplemento da fiança, bem como à míngua de fundamentos atuais que recomendem a medida, ou determinando-se a expedição de alvará de soltura ou inovação de medida cautelar, independentemente do recolhimento da fiança, caso a prisão já tenha sido consumada ou nova medida cautelar seja decretada”, solicitaram os advogados de Vaccarezza.
A defesa do candidato ainda rebateu: “é apenas uma questão de tempo seu encarceramento ou inovação nas medidas cautelares, pois se em mais de um ano não conseguiu reunir recursos para adimplir a fiança, não o fará em cinco dias”.
Os advogados de Vaccarezza ainda relatam: “O paciente já foi advertido pelo juízo que se não recolher a fiança será preso preventivamente. O não deferimento da liminar, permitindo-se o encarceramento de alguém ao arrepio da legislação e do entendimento jurisprudencial dominante do STF e STJ é agressão explicita ao princípio da dignidade da pessoa humana.”
O investigado foi preso em agosto de 2017 na 44ª fase da Lava Jato, com a Operação Abate. Entretanto, Moro mandou soltar Vaccarezza, que alegava problemas de saúde. Mesmo assim, o juiz federal impôs seis medidas cautelares, inclusive o pagamento de R$ 1,5 milhão.
O ex-deputado deixou a cadeia sem pagar o valor e na terça-feira (14) da semana passada, Moro deu um prazo de cinco dias para Vaccarezza acertas suas dívidas.
Um dia depois, na quarta-feira (15), o ex-parlamentar e outras nove pessoas foram denunciados por lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha, em suposto esquema de corrupção relativo ao fornecimento de asfalto pela empresa americana Sargeant Marine à Petrobras.
Depois de ser denunciado, Vaccarezza disse a amigos que a acusação feita contra ele “se baseia numa delação premiada de uma única pessoa”. Na mesma mensagem, o candidato afirmou que tem “condições de disputar e ganhar as eleições”.
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