“Vacina fracionada é tão segura quanto a padrão”, garante presidente da SBIm
O Ministério da Saúde informou que as campanhas de vacinação contra a febre amarela vão utilizar a dose fracionada, que garante imunidade de até oito anos. Mas o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que colocou o estado de São Paulo em atenção, causou certo pânico na população que tem lotado os Postos de Saúde em busca da vacina padrão.
Em entrevista à Jovem Pan, a médica pediatra, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabela Ballalai, informou que a dose de 0,1 ml da vacina fracionada é tão eficaz e segura quanto a padrão que contém 0,5 ml. “Essa é a solução para que possamos imunizar a população do estado de São Paulo, do Rio de Janeiro e da Bahia, num curto espaço de tempo. Existem dados que nos capacitam a dizer que a dose fracionada é tão segura e eficaz”, declarou.
“Mesmo que não a gente não tivesse surto, isso (vacina fracionada) já era importante por conta da demanda mundial”, completou.
De acordo com a especialista, a medida do Ministério da Saúde é inteligente, uma vez que o foco é conseguir imunizar a população em tempo recorde, além de conter o avanço da febre amarela para a região urbana.
Isabella Ballalai ressaltou que a “falta” de seringas em algumas Unidades Básicas de Saúde é uma questão pontual, visto que a vacina fracionada necessita de seringas especiais para evitar perdas. “Esse é um dos problemas que não permitem colocar a vacinação fracionada da noite para o dia. As seringas são compradas de fora e é necessário solicitar, produzir, entregar…Há toda uma logística e o Brasil tem se esforçado de todas as maneiras para ser o mais rápido possível no sentido de bloquear o surto”, disse.
A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações frisou ainda que o Brasil se antecipou de forma segura, mesmo que a OMS não reconheça a dose fracionada para viagens internacionais.
“Temos estudos de diluições maiores que também se mostraram eficazes. Mas para quem vai viajar essa recomendação de dose fracionada não está em bula nenhuma. Na República Democrática do Congo, o surto foi bloqueado utilizando a dose fracionada da vacina da Fio Cruz. Mas lá fora, a bula não mudou, essa é uma medida estratégica e emergencial no Brasil. Portanto o resto do mundo continua com a dose padrão”, afirmou.
Vale lembrar que a vacina da febre amarela é contra indicada para pessoas imuno suprimidas, seja por doenças ou por drogas. Entre o grupo que não pode receber a vacina estão pessoas em quimioterapia, tratamento para doenças autoimunes, portadores de HIV que se encontram imuno deprimidas.
“Essa imunosupressão enfraquece o sistema imune do indivíduo. A vacina é composta de vírus vivo atenuado. Ele é fraco, não causa doença na grande maioria da população, mas nesses indivíduos com a imunidade prejudicada, ele pode causar a doença”, explicou a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
*Com informações do repórter Caio Rocha
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