Instituto Butantan quer desenvolver vacina alternativa contra o coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 04/05/2020 20h46
EFE/EPA/Tamas Soki HUNGARY OUT Intenção é que sirva como uma espécie de plano B, caso as vacinas feitas pelo modelo tradicional não tenham resultado satisfatório

Pesquisadores do Instituto Butantan estão desenvolvendo uma vacina alternativa contra a Covid-19. A intenção é que sirva como uma espécie de plano B, caso as vacinas feitas pelo modelo tradicional, já em teste em alguns países, não tenham resultado satisfatório.

Segundo os pesquisadores, o estudo utiliza um mecanismo empregado por algumas bactérias para enganar o sistema imunológico humano: elas produzem pequenas bolhas, ou vesículas, feitas com material de suas membranas para atrapalhar as células de defesa. Dessa forma, o sistema imunológico passa a atacar também as bolhas, diminuindo a agressão contra as bactérias.

A equipe do Butantan pretende fabricar essas bolhas em laboratório, mas, em vez de usar a membrana das bactérias, acoplar nas vesículas proteínas de superfície do novo coronavírus. Assim, em contato com o sistema de defesa, as bolhas criariam uma memória imunológica no organismo, estimulando a produção de anticorpos específicos contra a Covid-19.

De acordo com os pesquisadores, as vesículas são muito imunogênicas, ou seja, têm alta capacidade de estimular a resposta imune ao entrar em contato com o organismo. Estudos recentes mostram, ainda, que elas têm grande capacidade de ativar células de defesa do organismo.

“No mundo todo, e aqui no Brasil também, estão sendo testadas diferentes técnicas. Muitas delas têm como base o que já estava sendo desenvolvido para outros vírus, como o que causou o surto de Sars [síndrome respiratória aguda grave] em 2001. Esperamos que funcionem, mas o fato é que ninguém sabe se vão realmente proteger. Neste momento de pandemia, não é demais tentar estratégias diferentes. A nossa abordagem vai demorar mais para sair, mas, se aquelas que estão sendo testadas não funcionarem, já temos os planos B, C ou D”, destacou a pesquisadora Luciana Cezar Cerqueira Leite, do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do Instituto Butantan.

A pesquisa está sendo apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

* Com informações da Agência Brasil

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