Vale alerta para possível rompimento da barragem de Barão de Cocais
A Vale informou ao Ministério Público, bem como outros órgãos de Minas Gerais, que a barragem da mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), poderá se romper entre o período de 19 a 25 de maio. No documento enviado, a empresa alerta sobre uma deformação na estrutura, e estima que o rompimento pode ocorrer em breve caso permaneça a velocidade de aceleração de movimentação do talude norte da Cava da Mina.
De acordo com a companhia, “foi verificada uma deformação no talude norte da Cava de Gongo Soco, na Mina de Gongo Soco, capaz de ocasionar a liquefação da Barragem Sul Superior, levando ao rompimento da estrutura e, por conseguinte, danos sociais e humanos imensuráveis para a região”.
O Ministério Público de Minas Gerais expediu uma ordem à mineradora para que adote imediatamente medidas para “deixar claro à população local os riscos a que ela está sujeita”. O órgão pede que a empresa comunique, por meio de carros de som, jornais e rádios, informações “claras, completas e verídicas” sobre a atual condição estrutural da Barragem Sul Superior.
“Além disso, a recomendação quer que a empresa forneça imediatamente às pessoas eventualmente atingidas total apoio logístico, psicológico, médico, bem como insumos, alimentação, medicação, transporte e tudo que for necessário, mantendo posto de atendimento 24 horas nas proximidades dos centros das cidades de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo”, completou a nota.
A recomendação estipula prazo de seis horas para que a Vale responda ao MP, fornecendo informações específicas e detalhadas sobre as ações adotadas ou planejadas para seu cumprimento.
Moradores
Em 8 de fevereiro, cerca de 500 pessoas já haviam sido retiradas da chamada Zona de Auto Salvamento (ZAS) da barragem, depois do acionamento de sirene que alertou para nível 2 de risco. A ZAS fica perto da barragem e seria a primeira atingida. Esses moradores não teriam tempo de serem retirados.
Se a barragem Sul Superior se romper, cerca de 9 mil pessoas de 3 mil residências terão uma hora e doze minutos para serem retiradas de suas casas antes de serem atingidas pelos rejeitos, segundo cálculos feitos pela Defesa Civil.
* Com informações do Estadão Conteúdo
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.