Vale ‘torturou números’ para atestar estabilidade da barragem que rompeu em Brumadinho, diz promotor

  • Por Jovem Pan
  • 15/02/2019 18h21
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Uarlen Valério/Estadão Conteúdo Pela manhã, policiais prenderam oito funcionários da mineradora e apreenderam documentos, celulares e computadores

O promotor de justiça William Garcia, que integra a força-tarefa que atua em Brumadinho (MG), afirmou nesta sexta-feira (15) que a mineradora Vale forjava dados para atestar a estabilidade da barragem que rompeu há três semanas, deixando 166 mortos.

De acordo com ele, e-mails e equipamentos apreendidos indicam que “houve tortura de números” e “articulações para se chegar às declarações de estabilidade”, o que não corresponderia à situação real da construção. O colapso destruiu a cidade mineira.

Nesta sexta, prestaram depoimento dois funcionários da empresa – Cristina Heloíza da Silva Malheiros e Felipe Figueiredo Rocha. Eles foram presos pela manhã, após juiz entender que eles e outras seis pessoas sabiam da situação precária e ficaram “inertes”.

Antes da ocorrência do rompimento, os detidos já faziam uma articulação intensa para apresentar ao poder público atestados que não representavam a realidade, detalhou. A prisão serve que os suspeitos não atrapalhem as investigações.

A consultoria alemã Tüv Süd teria participado desse conluio com funcionário da Vale e que envolve até mesmo o crime de falsidade ideológica. “Um volume considerável de provas já foi colhido”, relatou à imprensa o promotor William Garcia.

De acordo com o Ministério Público, já foram reunidas mensagens de texto e de voz, além de conversas de WhatsApp entre os envolvidos. “Representantes da Vale insistem em afirmar que foi um acidente. O MP tem a convicção de que ocorreu um crime.”

*Com informações da repórter Victoria Abel

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