Vamos ter de apertar o cinto e já começamos, diz Dilma no ABC Paulista

  • Por Agência Estado
  • 14/10/2015 19h46
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SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP, 14.10.2015: DILMA-SP - A presidente Dilma Rousseff participa do I Congresso Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), em São Bernardo do Campo (SP) na Grande São Paulo, nesta quarta-feira (14). (Foto: Carla Carniel/Frame/Folhapress) Folhapress Dilma Rousseff no congresso dos agricultores em São Bernardo do Campo/SP

A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira, 14, que não haverá retrocessos em políticas destinadas a dar suporte à agricultura familiar e à pequena agricultura, mesmo em um ano de crise como 2015. “Se a gente tem que apertar cinto, não é aí que o cinto vai ter que ser apertado. Sabemos que vamos ter que apertar e já começamos a apertar, mas não foi e não será no Plano Safra de Agricultura Familiar”, disse a presidente. Ela participa, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, do 1º Congresso Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)

“O fortalecimento da pequena agricultura no nosso País, da agricultura familiar, dos camponeses e camponesas, não tem retorno, não tem retrocesso, não tem volta atrás”, afirmou. Dilma afirmou que 2015 talvez seja um dos anos de “maior dificuldade no nosso País” e exaltou que, ainda assim, seu governo ampliou os recursos do Plano Safra e do Plano Safra de Agricultura Familiar em 20%.

A presidente voltou a reconhecer que o Brasil passa por dificuldades econômicas e sugeriu que o governo está cortando gastos por conta da crise financeira internacional iniciada em 2008. “Nos últimos seis anos, resistimos bravamente à crise internacional, enquanto outros países desempregavam. Mas a crise externa dura até agora e, a partir do ano passado, atinge mais profundamente os emergentes, como o Brasil e a China”, disse.

Com isso, continuou Dilma, o governo teve de “olhar para o orçamento e apertar um pouco o cinto”. “Mas apesar das reduções de despesas, e nós fizemos reduções, nós preservamos os programas sociais”, declarou a presidente, mencionando algumas das medidas já adotadas pelo governo, como a extinção de oito ministérios e a redução de 10% no seu próprio salário e na remuneração dos ministros e do vice-presidente Michel Temer.

“Como se faz numa casa, ninguém que está apertando o cinto deixa os seus filhos desguarnecidos. Você aperta para proteger sua família. A mesma coisa faz um governo comprometido com o povo. Fizemos cortes, mas preservamos a alma do governo, como as políticas para agricultura familiar”, disse.

Dilma reforçou o discurso de comparação do governo dela e Lula – unidos em um período único de 13 anos – com governos anteriores. “Os governos se diferenciam e, se você olhar as escolhas políticas que os governos fazem, vocês vão ver se esses governos estão mais do lado do povo ou mais do lado daqueles que sempre tiveram tudo”, disse no início de sua fala. 

A estratégia segue os conselhos recentes dados pelo ex-presidente Lula para Dilma se aproximar do apoio social nesse momento de instabilidade política e de pressão por seu afastamento da Presidência. Na noite desta terça-feira, 13, Dilma fez o discurso mais enfático na defesa de seu mandato, chamou os pedidos de impeachment de “golpismo escancarado” e questionou quem teria reputação para atacar sua honra.

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