Votação de processo contra Cunha é adiada no Conselho de Ética
O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), informou que vai continuar a apreciar o relatório do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) sobre a representação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, nesta quarta-feira (02).
Durante o debate se o processo deveria ou não ter continuidade, o deputado Paulo Azi (DEM-BA) negou que tem recebido pressão com relação ao seu voto.
“Concordo com alguns pontos levantados pelo advogado, mas entendo que o momento não é esse. Vejo parlamentares ansiosos para debater o mérito, mas estamos aqui para responder uma única pergunta: existem indícios mínimos para abrir a investigação? Na minha humilde opinião, a resposta é cristalina”, disse Azi, que informou que vai votar pela continuidade do processo contra Cunha.
O deputado Sergio Moraes (PTB-RS) afirmou que vários parlamentares foram injustiçados no Conselho de Ética e absolvidos pelo Judiciário. “Ninguém aqui está livre. Se a imprensa resolver desconfiar, aquilo se espalha. Vamos ter cuidados com os paladinos da ética”, salientou.
Ele defendeu que Cunha se desligue da presidência da Casa, mas acredita que é precipitado julgar o deputado. “Não temos provas, a não ser manchetes de jornais”, afirmou Moraes.
Deputado defendeu arquivamento de processo
O deputado Manoel Junior (PMDB-PB) defendeu que o relatório do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) seja arquivado. Segundo ele, o conselho não pode ser um tribunal de inquisição. Manoel Junior afirmou que Cunha é apenas um dos beneficiários das contas do truste.
“Ele não mentiu na CPI. Em relação aos recursos da truste, nem o Ministério Público conseguiu provar se são ilegais”. Para Júnior, Cunha não mentiu, mas poderia ter complementado sua declaração à CPI. Ele defendeu que seja aprovado o voto em separado apresentado pelo deputado Wellington Roberto (PR-PB).
O deputado Wellington Roberto afirmou que foi injustiçado quando foi denunciado no Conselho de Ética no escândalo da Máfia dos Sanguessugas. O deputado foi absolvido ao final.
“Não tenho interesse mais de participar de um mandato no Conselho de Ética. Participo agora para não haja uma injustiça como aconteceu comigo. É um julgamento prematuro, injusto.”, disse. Segundo ele, cabe ao Supremo Tribunal Federal julgar.
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