‘Vou continuar militando na política’, diz Paulo Hartung após desfiliação do MDB
O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, explicou nesta quinta-feira (8) porque decidiu sair do MDB após 39 anos no partido. Antes das eleições, ele já havia anunciado que se desfiliaria ao declarar que não disputaria mais nenhum mandato. A decisão foi oficializada nesta quarta (7).
“Quando eu anunciei a não candidatura a reeleição, anunciei também que não disputaria mais eleições parlamentares ou para o Executivo. Por isso, não faz sentido manter filiação partidária quando a decisão política já está tomada”, disse Hartung após participar de um evento do Insper.
“Já vivi um ciclo de eleições muito grande: Disputei eleições oito vezes, fui eleito em todas elas. Acho que a minha contribuição em mandatos eletivos está concluída”, afirmou.
Segundo Hartung, ele continuará “militando na política”, mas na iniciativa privada. “Estou indo trabalhar na área privada, mas vou continuar militando na política. A política como ferramenta transformadora, civilizatória. Vou continuar fazendo artigos, palestras, debates, dando contribuições para que a gente possa caminhar na direção de reformar o país, para que o potencial do Brasil vire oportunidades para o nosso povo”, concluiu o governador.
Hartung disse ainda que está terminando seu mandato à frente do Espírito Santo “com chave de ouro” e que “diferente da desorganização do Brasil”, o estado “tem as contas em dia e conseguiu produzir resultado nas suas políticas sociais.”
Reforma da Previdência
Convidado pelo Insper para falar sobre a reforma da Previdência que promoveu no Espírito Santo, Paulo Hartung afirmou que o governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), tem capital político suficiente para aprovar uma reforma como essa, mas o criticou por não ter uma proposta definida. “Se tem uma coisa que aprendi no Congresso é que precisa saber o que se quer dele. Se não, vira desorganização”, disse Hartung, que já foi parlamentar.
“É importante que o novo governo defina o modelo de reforma previdenciário que quer fazer. Tenho certeza que, assim que definir, começa a andar o diálogo com a sociedade, de um lado, e com deputados e senadores, de outro”, disse. Caso contrário, o novo presidente enfrentará uma “desconexão” nas Casas legislativas. “Você tem um Congresso velho, com uma proposta em tramitação no término do mandato e com metade dele não reeleito.”
De acordo com Hartung, o governo precisa ser transparente com a sociedade, olhar “no branco dos olhos da população”, para discutir a reforma da Previdência — debate que, em sua opinião, foi “ralo” durante o período eleitoral. “O Brasil é igual a uma família: Se não reorganizar as contas, vamos continuar com essa recessão econômica, ou com inflação ou com crescimento medíocre”, finalizou.
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