Witzel compara Bolsonaro ao ‘maluco lá da Venezuela’ e critica Guedes

Segundo o governador do Rio, Wilson Witzel, o discurso do presidente Jair Bolsonaro adota um ‘vocabulário de quem não respeita a diversidade de opiniões’

  • Por Jovem Pan
  • 17/12/2019 13h37 - Atualizado em 18/12/2019 07h22
Philippe Lima/Governo do Estado do Rio de Janeiro Wilson Witzel, governador do Rio

O governador do Rio, Wilson Witzel, criticou o presidente Jair Bolsonaro e os rumos do governo federal em diferentes áreas, incluindo o neoliberalismo representado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Sobre a retórica de Bolsonaro, Witzel disse que ela se compara a discursos de líderes autoritários.

“Típico de [Alberto] Fujimori, [Recep Tayyip] Erdogan, o outro maluco lá da Venezuela…[Hugo] Chávez”, disse durante café da manhã com jornalistas.

O governador citou o livro Como as Democracias Morrem para embasar sua crítica “É um vocabulário [o de Bolsonaro] de quem não respeita a diversidade de opiniões.”

Durante o café da manhã com a imprensa, convocado para apresentar um balanço do primeiro ano de gestão à frente do Palácio Guanabara, Witzel adotou uma linha que configura sua faceta mais moderada desde que assumiu o mandato.

Destacou, por exemplo, a importância de se pensar no social – e, tendo isso como gancho, criticou as propostas de Paulo Guedes, entre elas o pacto federativo, que estariam levando o país a uma “direção equivocada”.

Ao analisar a conjuntura da América do Sul, principalmente a convulsão social chilena, disse ainda que a política econômica de Guedes não pode pensar apenas na contenção de despesas, deixando de lado políticas de bem-estar.

Apesar de tecer uma série de análises sobre o país, com bandeiras cada vez mais ao centro, Witzel não confirmou sua candidatura presidencial em 2022.

“Sou candidato a governar bem o Rio de Janeiro”, afirmou. Como justificativa para falar tanto sobre o Brasil, lembrou que é presidente de honra do seu partido, o PSC, e que por isso é uma liderança nacional.

O governador comentou, inclusive, que há uma proposta de fusão entre o PSC e o PSL, antigo partido de Bolsonaro. “Estamos analisando, vamos conversar. Temos que avaliar. O PSC tem uma tradição de longa data.”

*Com informações do Estadão Conteúdo

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