Brics alertam sobre crescente incerteza na economia mundial

  • Por Agencia EFE
  • 07/07/2015 13h48

Moscou, 7 jul (EFE).- Os ministros de Finanças e os chefes dos Bancos Centrais dos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) alertaram em Moscou nesta terça-feira sobre a crescente incerteza nas perspectivas de crescimento da economia mundial.

Os representantes se reuniram na capital russa para preparar a cúpula que os chefes de Estado desses cinco países emergentes realizarão nos dias 8 e 9 na cidade russa de Ufa.

“As perspectivas de crescimento da economia mundial se caracterizam por uma crescente volatilidade e, como consequência, uma alta volatilidade nos mercados financeiros”, informou a chefe do Banco Central russo, Elvira Nabiullina, em entrevista coletiva ao término da reunião.

Os ministros concordaram com a necessidade de se desenvolver a cooperação no “âmbito financeiro” e destacaram que o Novo Banco de Desenvolvimento e o Fundo de Reservas dos Brics, dois órgãos criados em 2014 e que serão lançados na cúpula de Ufa, contribuirão para esse objetivo.

Os Brics veem com preocupação tanto a situação na Grécia e na zona do euro como a divergência das políticas monetárias que se observam nos Estados Unidos, por um lado, e na União Europeia e no Japão, por outro.

“Espera-se que os EUA endurecerão sua política monetária, enquanto UE e Japão seguem suavizando a sua. Isso tem efeitos divergentes” que instigam a volatilidade nos mercados financeiros, ressaltou Nabiullina.

Em relação à Grécia, que em referendo realizado no domingo passado respondeu com um “não” às propostas de austeridade dos credores em troca de um novo pacote de ajuda, os Brics se pronunciaram por “uma solução que satisfaça todas as partes”.

“Todos acreditamos que a situação na Grécia será resolvida e se alcançará uma solução aceita por todos que estabilizará os mercados”, disse Nabiullina.

O Novo Banco de Desenvolvimento e o Fundo de Reservas dos Brics foram criados na última cúpula em Fortaleza, em 2014, com a meta de se tornar uma alternativa ao sistema financeiro ocidental.

O Banco conta com um capital inicial de US$ 50 bilhões, dos quais cada membro contribuirá com 20%, mas foi autorizada uma ampliação até US$ 100 bilhões. A sede será em Xangai, na China, e terá como objetivo ajudar no financiamento de infraestrutura em países emergentes.

O Fundo de Estabilização será dotado com US$ 100 bilhões, destinados a ajudar os cinco países em caso de uma crise mundial. A China oferece a maior parte do capital deste fundo, no valor de US$ 41 bilhões, enquanto Brasil, Rússia e Índia contribuem com US$ 18 bilhões cada e a África do Sul é responsável pelos US$ 5 bilhões restantes. EFE

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