BRICs condenam teste norte-coreano, mas mantém cautela
A cúpula dos líderes dos BRICs (composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) divergiu em relação à resposta a ser dada à Coréia do Norte depois dos testes nucleares que o país realizou no final de semana. Conjuntamente, os quatro países emitiram uma nota condenando os testes, mas seus líderes expressaram diferentes posições a respeito.
“Condenamos o teste nuclear e expressamos profunda preocupação coma tensão na península da Coréia”, diz a nota.
Oficialmente o Brasil divulgou nota dizendo que”O Brasil reitera compromisso com a não proliferação de armas nucleares”, escreveu Temer, após manifestar preocupação com “os recentes testes norte-coreanos”, enquanto russos e chineses mantém posturas mais ambíguas.
Sem retaliação da China por hora
Um jornal do Partido Comunista da China, o Global Times pediu que o governo do país evite impor um embargo total aos produtos da Coreia do Norte. De acordo com editorial do diário, um embargo levaria a uma guerra.
O Global Times disse que o teste nuclear realizado no domingo foi “outra escolha errada feita por Pyongyang” e violou resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. O Ministério do Meio Ambiente da China diz que dados de monitoramento de radiação não mostraram um impacto gerado pelo teste até o início desta segunda-feira.
Além disso, um importante pesquisador chinês apoiado pelo governo, Lu Chao, afirmou que a China deve concordar com mais sanções contra sua aliada Coreia do Norte, após o mais recente teste nuclear. Lu enfatizou, contudo, que o diálogo continua a ser necessário, referindo-se especificamente aos Estados Unidos
“Os EUA devem adotar ações específicas e sinceras em relação à Coreia do Norte, em vez de fazer ameaças maiores”, disse Lu, integrante da Academia de Ciências Sociais chinesa. Fonte: Associated Press.
Rússia condena teste, mas quer “diálogo” com Pyongyang
Uma graduada autoridade da Rússia condenou duramente nesta segunda-feira o mais recente teste nuclear da Coreia do Norte, realizado no domingo. Usando uma linguagem mais direta do que o normal, o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, pediu que Pyongyang “pare com ações de provocação que desestabilizam a situação”. Segundo ele, Moscou vê “uma tendência perigosa de quão rapidamente a Coreia do Norte tem feito progressos” em seu programa nuclear.
Ryabkov insistiu que o governo do presidente Vladimir Putin ainda vê a diplomacia como a única solução viável para a crise da Coreia. “Aquele que é mais forte e mais inteligente deveria mostrar comedimento”, argumentou.
O vice-ministro falou a agências de notícias russas num intervalo da cúpula dos BRICS na China.
Com informações do Estadão
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