Brics prepara criação de seu próprio banco de desenvolvimento

  • Por Agencia EFE
  • 14/07/2014 22h38
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Fortaleza, 14 jul (EFE).- Os ministros de Economia e os presidentes dos Bancos Centrais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul perfilaram nesta segunda-feira os detalhes da criação do banco de desenvolvimento do Brics na véspera da cúpula de chefes de Estado do fórum.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e seus pares de Rússia, Anton Siluanov; China, Löw Jiwei; África do Sul, Nhlanhla Nene; e Índia, Nirmala Seetharaman; se reuniram a portas fechadas durante cerca de duas horas no marco da VI Cúpula dos Brics, que oficialmente começa amanhã na cidade de Fortaleza.

Apesar de a agende prever uma entrevista de Mantega, o ministro não ofereceu detalhes sobre o banco de desenvolvimento e o fundo de reservas, cujos acordos constitutivos devem ser assinados amanhã pelos presidentes das cinco grandes economias emergentes.

De acordo com o presidente rotativo da associação empresarial Brics Business Council, Rubens de La Rosa, os empresários se mostraram otimistas com a criação do Banco de Desenvolvimento dos Brics e em que o novo banco contemple o câmbio direto de moedas entre as cinco maiores economias emergentes do mundo para “baratear os custos de transação”.

“A ideia é que se tenho que fazer uma remessa a Índia não tenha que converter (os reais) a dólares e depois a rúpias”, comentou De la Rosa, que comemorou a futura criação do banco de fomento conjunto dos Brics e do fundo de reservas, mecanismos que deverão ser formalizados amanhã durante a cúpula.)

Esse pedido, proposto pelo Brasil, constará no documento final que o Conselho Empresarial dos Brics entregará amanhã aos presidentes dos cinco países e no qual sugerem medidas para melhorar as relações empresariais entre os países do bloco., como a facilitação na isenção de vistos.

Durante a primeira jornada da sexta cúpula também foi realizado um encontro entre os ministros de Comércio dos cinco países, que expressaram em comunicado conjunto sua preocupação pelo “lento processo de recuperação” da economia global e “pelas respostas de política econômica dos países desenvolvidos”.

“Observamos incertezas relacionadas ao crescimento econômico e às respostas de política econômica que podem levar a um aumento da volatilidade do mercado financeiro e causar repercussões não desejadas da economia”, afirma a nota.

Antes de viajar para Fortaleza, a presidente Dilma Rousseff recebeu hoje em Brasília o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que na véspera presenciou a final da Copa do Mundo entre Argentina e Alemanha junto com a governante no Maracanã.

Dilma e Putin ratificaram seu objetivo de duplicar o valor do comércio bilateral e elevá-lo até US$ 10 bilhões anuais.

Na terça-feira está previsto que Dilma, Putin, o presidente da China, Xi Jinping, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e o primeiro-ministro de Índia, Narendra Modi, realizem a primeira sessão plenária do fórum.

Além de abordar a criação do banco de fomento próprio e do fundo de reserva, os líderes das cinco potências incluirão no debate o “crescimento inclusivo” e o “desenvolvimento sustentável”, segundo afirmou o subsecretário político do Itamaraty, José Alfredo Graça Lima.

Após o encontro em Fortaleza, os líderes dos Brics se transferirão a Brasília, onde se reunirão com os chefes de Estado e do governo dos países da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). EFE

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