Brigadas do Hamas matam 18 pessoas que teriam colaborado com Israel
Gaza, 22 ago (EFE).- As milícias palestinas executaram nesta sexta-feira 18 pessoas acusadas de colaborar com Israel, apenas 48 horas depois do serviço secreto de israelense autorizar o exército a matar três comandantes das brigadas Azedim al-Qassam, braço armado do movimento islamita Hamas em um bombardeio.
Segundo o site “Al Majd” e a agência de notícias local “Al Ray”, que apoiam o Hamas, pelo menos 11 dos supostos colaboracionistas foram executados a tiros em uma delegacia do centro de Gaza, “após serem julgados” em tribunais revolucionários estabelecidas pelo grupo.
Outros sete homens foram justiçados em público por homens encapuzados e vestidos com o uniforme das milícias Azedim al-Qassam, em frente à mesquita Al Omari, em Gaza, informaram testemunhas.
“A resistência reforçou sua luta no terreno contra os colaboracionistas”, segundo a página “Al Majd”. A publicação afirmou que os responsáveis pela segurança da Faixa de Gaza prosseguirão com os justiçamentos determinados pelos “tribunais revolucionários”.
“Estavam do lado de Israel, deram informação sobre a localização dos túneis e bombas para os tanques, assim como informação sobre os lares dos lutadores e dos locais de onde lançamos os foguetes”, disseram as brigadas nas redes sociais.
“O resultado destas colaborações é a morte de milhares de pessoas em Gaza”, argumentaram.
O confronto entre palestinos e israelenses recomeçou na terça-feira, após ambos os lados romperem mutuamente o cessar-fogo que tinha permitido o início de uma negociação no Cairo.
Desde então, os palestinos lançaram mais de cem foguetes contra Israel, deixando um ferido. O lado israelense procurou eliminar comandantes do Hamas, no que parece ser uma mudança de estratégia na ofensiva militar.
Na quarta-feira o exército israelense atacou Mohamad al Deif, o líder das brigadas Azedim al-Qassam, que aparentemente sobreviveu a tentativa de execução. Esta é a quinta vez que o comandante escapa de um ataque.
A ação contra uma casa em Gaza matou sua segunda esposa, duas de suas filhas e pelo menos mais três pessoas, todas civis.
Na quinta-feira, e em um bombardeio similar na cidade de Rafah, morreram três dos principais comandantes da milícia no sul da Faixa de Gaza, além de mais cinco pessoas.
Logo após o anúncio da operação, comemorada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a milícia clamou por vingança e assegurou que este tipo de ação “confirmam” a “decisão de seguir com a luta”.
O delito de colaboracionismo com Israel está contemplado na lei palestina com a pena de morte.
No entanto, a aprovação final da execução da mesma é prerrogativa do presidente, Mahmoud Abbas, cuja autoridade o Hamas não reconhece. EFE
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