Britânico diz que foi violentado pelo ex-primeiro-ministro Edward Heath
Londres, 4 ago (EFE).- Um homem britânico afirmou que foi violentado quando tinha 12 anos pelo já falecido ex-primeiro-ministro conservador, Edward Heath, investigado agora pela polícia do Reino Unido por supostos abusos de menores.
O jornal “Daily Mirror” conta em sua edição desta terça-feira história deste homem, de 64 anos e que não foi identificado, que alega em carta a seu advogado que Heath lhe recolheu quando pedia carona nos arredores de Londres em 1961 e lhe levou a seu apartamento no luxuoso bairro de Mayfair, onde aconteceram as relações sexuais.
O jovem denunciou os fatos dois meses depois, mas os serviços sociais lhe tacharam de “mentiroso e fantasioso”, segundo relata na declaração à qual teve acesso o jornal.
A vítima, que agora será interrogada pela polícia, diz que só se deu conta da identidade de seu agressor em 1965, quando viu Heath na imprensa em uma foto junto da futura primeira-ministra conservadora, Margaret Thatcher.
Este homem disse ainda que foi explorado durante a infância por seu pai, que abusava dele e lhe oferecia a pedófilos em troca de dinheiro, e na maturidade se dedicou à prostituição.
Este caso é divulgado depois que a polícia do condado inglês de Wiltshire fez ontem um pedido à população para identificar possíveis vítimas de Heath.
Este corpo policial investiga uma denúncia feita por um agente já aposentado que sustenta que um julgamento nos anos 90 foi suspenso depois que se soube que um dos envolvidos era o influente político conservador.
O antigo político conservador, que morreu em 2005 aos 89 anos, foi chefe do governo entre 1970 e 1974, e viveu durante a última etapa de sua vida no condado de Wiltshire, no sudoeste da Inglaterra.
O político “tory”, que nunca se casou e era conhecido por sua paixão pelos iates e pela música clássica, foi parlamentar na Câmara dos Comuns pela circunscrição londrina de Bexley durante mais de 50 anos e se aposentou em junho de 2001.
O assunto dos abusos de menores cometidos por pessoas nos círculos de poder é uma grande preocupação no Reino Unido, onde se abriu uma investigação oficial por causa de várias denúncias, que determinará se as instituições fizeram o suficiente para proteger às crianças. EFE
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