Bruxelas descarta que tensão entre Rússia e Ucrânia afete a provisão gás à UE
Bruxelas, 4 mar (EFE).- O comissário europeu de Energia, Günther Oettinger, descartou nesta terça-feira que as tensões políticas entre Rússia e Ucrânia, que também afetam o preço do gás, tenham um impacto na provisão para à União Europeia (UE).
“Não há razão para inquietação. A provisão de gás para a indústria e para os lares está garantido”, disse Oettinger em entrevista coletiva no término do conselho de ministros europeus de Energia realizado em Bruxelas.
O gigante gasístico russo Gazprom anunciou hoje que deixará de vender gás à Ucrânia a preço reduzido a partir de abril, com o argumento de que Ucrânia só pagou até agora menos da metade de sua dívida com Gazprom e continua devendo US$ 1,529 bilhões ao consórcio russo.
O comissário europeu explicou que “tivemos um inverno clemente” e que a UE conta com suficiente quantidade de gás armazenado.
Além disso, segundo Oettinger a UE “fez os deveres desde 2009”, quando uma disputa comercial pelo preço do gás entre Rússia e Ucrânia acabou afetando vários Estados-membros.
O executivo comunitário garantiu que nos últimos anos a UE realizou diversas reformas como a diversificação de gasodutos, a criação de interconectores e a implantação de sistemas de fluxo reversível, embora reconheça que a maior parte dessas melhoras ainda estão mais na fase de projetos do que infraestruturas terminadas.
Um terço do gás que a União Europeia (UE) importa do exterior vem da Rússia, e dessa quantidade a maior parte chega no território comunitário através da Ucrânia, o principal estado de passagem.
“A provisão de gás da Rússia para a UE e o trânsito através da Ucrânia não foi afetado pela situação na Ucrânia”, explicou à Agência Efe a porta-voz comunitária de Energia, Sabine Berger.
“A Comissão espera que a Ucrânia respeite seus compromissos de passagem e que a Rússia respeite seus compromissos de provisão com a UE”, acrescentou.
A UE dispõe de 40 bilhões de metros cúbicos de gás armazenado, uma quantidade que equivale à metade de sua capacidade total de armazenamento, assegurou Berger.
A Gazprom exportou 133 bilhões de metros cúbicos de gás à UE em 2013, e quase a metade, 65 bilhões, foram transportados através da Ucrânia, e o resto através dos gasodutos de Jamal, em Belarus, e de diversas conexões bilaterais.
Oettinger explicou que na situação econômica vivida pela Ucrânia foi levada em conta na hora de falar de um plano de ajuda desde a UE e assinalou que a dívida do país é de US$ 2 bilhões.
“O preço subvencionado por cada mil metros cúbicos passou de US$ 400 para US$ 160, e agora voltou a subir para US$ 400”, reconheceu o comissário, ao lembrar que isso piorou a capacidade de negociação da Ucrânia. EFE
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