Cabral é transferido para cela da PF em Curitiba, berço da Lava Jato

  • Por Estadão Conteúdo com Jovem Pan
  • 10/12/2016 13h34
BRA01. RÍO DE JANEIRO (BRASIL), 18/11/2016.- Fotografía cedida por la Secretaría de Administración Penitenciaria (SEAP) hoy, 18 de noviembre de 2016, del exgobernador de Río de Janeiro Sergio Cabral, quien fue detenido el jueves, acusado de corrupción por el cobro de comisiones ilegales que, al menos, alcanzan los 66 millones de dólares. Anthony Garotinho y Sergio Cabral, dos de los gobernadores que ha tenido Río de Janeiro en los últimos quince años, amanecieron hoy tras las rejas, tras ser detenidos esta semana por diferentes asuntos de corrupción. EFE/Secretaría de Administración Penitenciaria (SEAP)/SOLO USO EDITORIAL/NO VENTAS/NO ARCHIVO/MÁXIMA CALIDAD DISPONIBLE Secretaria de Administração Penitenciária Ex-governador Sérgio Cabral é fichado na Penitenciária de Bangu

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) é transferido neste sábado (10) para uma cela da Polícia Federal em Curitiba, berço da Operação Lava Jato. Preso na Operação Calicute – desdobramento da Lava Jato -, sob suspeita de recebimento de mesadas milionárias de empreiteiras, Cabral deve chegar em avião da PF às 15h30 no aeroporto Afonso Pena, na capital paranaense. Ele já deixou o Complexo Penitenciário de Bangu 8, na zona Oeste do Rio.

Entre os vizinhos de cela de Cabral na Custódia federal em Curitiba estão o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil/Governos Lula e Dilma), o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

A transferência de Cabral foi requisitada pelo promotor do Ministério Público fluminense André Guilherme Freitas, que atua na Promotoria de Execuções Penais. Freitas informou o juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal do Rio – que mandou prender Sérgio Cabral – que o ex-governador estaria recebendo visitas irregulares – inclusive políticos próximos e autoridades

Desde que foi preso, em 17 de novembro, Cabral recebeu a visita dos deputados Cidinha Campos (PDT), Paulo Melo (PMDB) e Jorge Picciani (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo também visitou o marido, antes de ela mesma ser presa, na última terça-feira (6). Como o documento de acesso ao sistema penitenciário não estava pronto, ela obteve autorização especial para ver Cabral.

A Secretaria de Administração Penitenciária nega procedimentos irregulares.

No Rio, o peemedebista já é réu em ação penal por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa – delatores informaram a Procuradoria da República e a PF que Cabral recebia mesadas de até R$ 500 mil da Carioca Engenharia e de R$ 350 mil da Andrade Gutierrez.

Em Curitiba, ele é alvo de inquérito por suspeita de recebimento de propinas nas obras do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), atrelado à Petrobras. A base da Lava Jato é o esquema de propinas e cartelização na estatal petrolífera.

O ex-governador foi alvo de dois mandados de prisão, um expedido pelo juiz Bretas, o outro pelo juiz Sérgio Moro, símbolo da Lava Jato.

Transferência

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) deixou às 10h10 deste sábado (10), o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste, rumo à Curitiba. Ele saiu em um comboio de três carros descaracterizados da Polícia Federal, em direção ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, no Rio

Imagens aéreas do helicóptero mostraram Cabral se despedindo do filho Marco Antônio Cabral, deputado federal pelo PMDB e secretário estadual de Esportes, e mais dois homens. Eles carregavam alguns pertences do ex-governador e o abraçavam.

Quando os carros da PF passaram no portão de saída do complexo, alguns manifestantes protestaram contra o ex-governador, que é acusado de cobrar propina de obras públicas e suspeito de lavar dinheiro com compra de centenas de joias em grifes de luxo.

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